BRASÍLIA - O prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), teve seu último ano de gestão marcado pela tragédia que assolou o Rio Grande do Sul com as chuvas que atingiram o Estado entre abril e maio deste ano. Ele venceu com 61,53% dos votos. A deputada federal Maria do Rosário (PT), sua adversária, teve 38,47% dos votos. 

Desde o início da campanha eleitoral, havia a expectativa sobre como as consequências negativas das tempestades iriam afetar a candidatura de Melo, mas ele saiu vitorioso da disputa com a deputada petista. No primeiro turno, Sebastião Melo conquistou 49,7% dos votos válidos e Maria do Rosário 26,2%. 

Após o resultado do primeiro turno, Melo fez referência às críticas sofridas depois dos alagamentos na capital gaúcha e agradeceu pela “extraordinária vitória” no domingo, dia 6 de outubro. “Tentaram crucificar o Melo na enchente e o povo respondeu na urna”, destacou em coletiva de imprensa no comitê central de campanha. 

Natural de Piracanjuba (GO), Melo tem 66 anos, é graduado em Direito e, desde que ingressou na política em 2000, não saiu mais. Foi eleito vereador em Porto Alegre (RS) por três mandatos consecutivos, em 2000, 2004 e 2008. Em 2007, foi escolhido para presidir a Câmara Municipal. Foi eleito vice-prefeito da capital gaúcha no ano de 2012. Em 2018, foi eleito deputado estadual pelo Rio Grande do Sul e, em 2020, prefeito de Porto Alegre (RS).

Embates entre Maria do Rosário e Melo foram marcados pela polarização esquerda x direita

Ao longo dos debates realizados entre Sebastião Melo e Maria do Rosário, a polarização entre esquerda e direita ficou evidente. Ao ser criticado pela situação em que ficou Porto Alegre após as chuvas de abril, Melo fez questão de dizer que o PT havia governado o município entre 1989 e 2004 e que não haviam sido feitas as intervenções necessárias para prevenir as tragédias climáticas à época. 

Maria do Rosário, porém, enfatizou que Melo não investiu em ações de prevenção, havia sucateado o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e que tentou transferir “a responsabilidade até para os moradores dos bairros”. 

O atual prefeito foi duramente criticado por sua postura nas primeiras declarações sobre a situação da capital gaúcha após as enchentes. Em uma coletiva de imprensa, em maio, ele foi questionado sobre a limpeza dos bueiros e como a prefeitura havia atuado neste quesito. “Cidade limpa é aquela que ninguém suja. A maioria esmagadora dos bueiros sujos é porque se colocou lixo indevidamente na rua”, respondeu. 

De um lado, Gleisi Hoffmann; do outro, Michelle Bolsonaro 

No segundo turno, enquanto Maria do Rosário teve a campanha reforçada pela presença da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, o prefeito Sebastião Melo contou com a participação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). 

No dia 14 de outubro, Michelle esteve em uma agenda de campanha de apoio a Melo, em Porto Alegre, ao lado da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e da agora vice-prefeita da cidade, Betina Worm, que também é filiada ao PL. 

“Vocês podem sair daqui mobilizados para conquistar mais votos. Nós vamos vencer. Já poderia ter vencido. Eu nem precisaria estar aqui. Temos que ter esperança. Com certeza a eleição de 2026 vai passar por essa eleição do Melo e da Betina e Bolsonaro voltará a ser presidente”, disse a ex-primeira-dama. 

Já a campanha de Maria do Rosário contou com a presença de Gleisi no último dia 22 de outubro. “Porto Alegre tem a oportunidade de eleger a primeira mulher prefeita e uma primeira mulher vice-prefeita. São mulheres que têm compromisso com o povo, com o desenvolvimento da cidade, e com políticas públicas municipais”, afirmou a presidente do PT. 

 

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