BRASÍLIA - Ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro, Marcelo Queiroga (PL) perdeu a eleição para prefeito de João Pessoa. Na disputa do 2º turno neste domingo (27), ele recebeu 39,09% (146.129) dos votos válidos. O vencedor foi o atual prefeito, Cícero Lucena (PP), que teve os votos de 258.727 pessoas, o correspondente a 63,91%.
Filiado ao PL desde 2023, Queiroga contou com o apoio do Partido Novo em sua candidatura à Prefeitura de João Pessoa. Durante uma convenção conjunta, foram oficializadas suas candidaturas para prefeito e do pastor Sérgio Queiroz como vice-prefeito, que disputou o Senado em 2022.
Lideranças conservadoras, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Cabo Gilberto Silva, entraram na campanha de Queiroga, o que colaborou para sua ida ao 2º turno. No entanto, a sua relação com o ex-presidente também foi amplamente explorada pelo adversário, que acabou vencendo com larga margem.
Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia no biênio 2020-2021, Queiroga foi conselheiro titular do Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba e indicado por Bolsonaro para um cargo na direção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em março de 2021 ele assumiu o Ministério da Saúde, em meio à pandemia de Covid-19.
Queiroga foi o quarto nome a assumir a pasta, após o início da pandemia. Ele aceitou o convite de Bolsonaro após a recusa da também cardiologista Ludhmila Hajjar – segundo ela, por “motivos técnicos”. A médica divergia de Bolsonaro, que era contra medidas de isolamento social e defendia a prescrição de cloroquina no combate à covid-19.
Queiroga defendia as mesmas ideias de Hajjar em relação ao combate à pandemia, mas era considerado uma pessoa com jogo de cintura para construir uma política de saúde que pudesse funcionar contra a pandemia. No entanto, assim como outros integrantes do governo Bolsonaro, ele acabou se envolvendo em uma série de polêmicas. Confira algumas abaixo:
- Gestos obscenos: Durante a 76ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em 20 de setembro de 2021, Queiroga respondeu com gestos obscenos a um protesto de brasileiros. O vídeo com a cena viralizou nas redes sociais.
- Vida ou liberdade: Em 7 de dezembro de 2021, ao ser questionado sobre ser contra o passaporte vacinal, Queiroga respondeu que “era melhor perder a vida do que a liberdade”, fazendo referência ao Hino da Independência.
- Vacinação infantil: Apesar de a Anvisa já ter autorizado o uso da vacina da Pfizer contra covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, o Ministério da Saúde postergou sua posição oficial para 5 de janeiro de 2022 (data limite estipulada). Ao ser questionado sobre o caso, Queiroga afirmou que “a pressa é inimiga da perfeição”.
Marcelo Queiroga permaneceu à frente do ministério da Saúde até o último dia do governo Bolsonaro.