A secretária nacional de Finanças e Planejamento do PT, Gleide Andrade, participou nesta sexta-feira (4 de outubro) de ato de campanha do candidato do partido à Prefeitura de Belo Horizonte, Rogério Correia, e disse ser necessário esperar o resultado do próximo domingo para possíveis negociações sobre apoio da legenda a outro candidato no segundo turno.

Questionada sobre a possibilidade de o partido defender outro candidato, caso Rogério não vá para a próxima etapa de votação, Gleide disse que o segundo turno é outra eleição. "Nós agora vamos lutar até o último suor. Vamos aguardar o domingo. Estamos muito confiantes", afirmou. 

Pesquisa DATATEMPO divulgada nesta semana mostra Rogério com 4,4% das intenções de voto, levantamento registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) sob o número 08738/2024. No levantamento, Mauro Tramonte (Republicanos) lidera a disputa com 26,5% das intenções de voto.

Em seguida, empatado com Tramonte na margem de erro, que é de 2,83 pontos percentuais, para mais ou para menos, está Bruno Engler (PL). O prefeito Fuad Noman (PSD), que disputa a reeleição, está numericamente atrás de Engler, com 17,2%, o que também configura um empate, especificamente entre os dois.

Fuad vem recebendo o apoio de dissidentes da campanha de Correia, em movimento do chamado voto útil, para tentar evitar a ida de Tramonte e Engler ao segundo turno. O próprio Fuad vem mantendo acenos à esquerda, elogiando obras e projetos implementados pelo PT em governos do partido na capital.

A dirigente nacional do PT afirmou ainda que o partido tem grande expectativa em relação ao seu candidato em Belo Horizonte. "O Rogério está bem posicionado em Belo Horizonte. A eleição está aberta", avaliou. Questionado, por sua vez, sobre quem poderia apoiar no segundo turno, Rogério disse que estará na próxima etapa de votação.

"Então, não vamos conversar sobre isso. Eu vou para o segundo turno e quero o apoio do máximo possível de forças políticas", disse o candidato, que nesta sexta-feira fez carreata ao lado de Gleide, correligionários e eleitores no bairro Floresta, região leste da capital. Para o último dia de campanha, neste sábado (5 de outubro), o candidato marcou uma caminhada do comitê, na Praça Tiradentes, até a Praça Sete.

Ausência de Lula

Gleide Andrade afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não veio a Belo Horizonte, conforme anunciado por Rogério, para participar a campanha, por causa da agenda como chefe do Executivo federal. "Tínhamos um pedido que ele viesse a Belo Horizonte, fosse a Cuiabá (MT), a Goiânia (GO) e a Teresina (PI). Ele não conseguiu ir. Então, não é nenhum problema com Belo Horizonte. É um problema de agenda. Teve agenda no México, teve agenda nos Estados Unidos", disse.

Declarações de ministros que participaram da campanha de Rogério, como o do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e da Saúde, Nísia Trindade, mostram, porém, que o presidente vem pisando em ovos em relação às eleições 2024. O objetivo é não melindrar partidos da base do governo no Congresso Nacional que possam ter candidatos rivais aos concorrentes do PT na corrida pelas prefeituras. O PSD, de Fuad. por exemplo, é da base de Lula.