Com suspensórios vermelhos, o prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), acenou para os eleitores dos adversários Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT) e provocou o ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido) após confirmar a ida para o 2º turno. Com 26,54% dos votos válidos, Fuad desbancou o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) e enfrentará o também deputado estadual Bruno Engler (PL) para tentar a recondução.

O prefeito, que contou com a estratégia de voto útil do eleitor progressista para alcançar o 2º turno, apareceu, pela segunda vez, publicamente, com suspensórios vermelhos. A primeira foi no último sábado (5 de outubro), último dia de campanha, quando Fuad visitou vilas, como, por exemplo, a Vila dos Marmiteiros, no bairro Padre Eustáquio, região Noroeste, e a Vila do Índio, entre as regionais da Pampulha e de Venda Nova.  

Sem citar nomes, o candidato à reeleição expôs a mágoa com os ataques dos adversários durante o 1º turno, mas acenou para uma conciliação. “A despeito de terem feito uma campanha atacando muito a cidade e atacando muito a mim, eu entendo muito como um gesto de campanha. Terminada a campanha, acabou. É vida nova, vamos trabalhar e vamos lutar agora para vencer essas eleições no 2º turno”, afirmou o prefeito.

Inclusive, Rogério e Duda foram dois dos candidatos que mais atacaram Fuad durante o 1º turno. Em tentativa de desconstruir o prefeito para brecar o voto útil, a deputada federal chegou a insinuar que o candidato à reeleição teria participado da Ditadura Militar ao servir o 12º Batalhão, reconhecido pela Comissão Nacional da Verdade como um espaço de tortura, e o criticou após ele ter chamado o golpe de “revolução”.

Em entrevista à imprensa após a apuração, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sinalizou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apoiou formalmente Rogério, embarcará na campanha de Fuad. “Sempre disse que o presidente Lula, naturalmente, até pelo o que nós todos conhecemos da sua sensibilidade política, humana e pelo seu sentimento de gratidão, se ele votasse em Minas Gerais, ele votaria no Fuad”, disse o prefeito.

Fuad ainda agradeceu o apoio dos partidos que já o apoiam, especialmente o União Brasil, por alavancar o tempo de rádio e TV do candidato à reeleição durante o horário eleitoral gratuito ao segundo maior, atrás apenas de Engler. “Queria agradecer a cada um desses partidos: PSD, que é o meu partido, o PRD, o Solidariedade, o Avante, o PSDB, o Cidadania, que foi o primeiro, e ainda tem o União Brasil, que foi o que nos deu o maior tempo de televisão”, citou o prefeito.

Em uma provocação velada a Kalil, que o preteriu para apoiar Tramonte, Fuad, que disputava uma vaga no 2º turno justamente com o deputado estadual, afirmou que os 26,54% foram uma votação expressiva. “Desde o primeiro momento, desde a primeira urna que abriu, nós estávamos no 2º turno. Em momento nenhum, nós fomos ameaçados por quem quer que seja”, frisou o candidato à reeleição. Com 15,22% dos votos válidos, Tramonte teve 143.451 votos a menos que o prefeito.   

As provocações a Kalil não ficaram apenas a cargo de Fuad. Silveira, que desembarcou em Belo Horizonte no sábado para o último dia de campanha, cantou “Vou festejar”, interpretada por Beth Carvalho e composta por Dida, Jorge Aragão e Neoci Dias, assim que chegou ao comitê. A música, que tem como um dos versos “Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”, é ainda tema de arquibancada da torcida do Atlético.    

Depois, Silveira não poupou críticas a Kalil, com quem tem rusgas desde a campanha para o governo de Minas Gerais em 2022, após Tramonte não ir para o 2º turno. “Todos sabem o que penso da coerência”, respondeu o ministro de Minas e Energia. “Todos conhecem a minha opinião, do erro grotesco e até desleal e desumano que cometeu o ex-prefeito de Belo Horizonte”, criticou o ministro de Minas e Energia.

Além de Silveira, o presidente estadual do PSD, Cássio Soares, que, desde a pré-campanha, foi o principal fiador da candidatura de Fuad, estava presente. O candidato a vice-prefeito Álvaro Damião (União), o secretário de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Josué Valadão, o secretário de Assuntos Municipais e Comunicação Social, Paulo Lamac, o secretário de Governo, Anselmo José Domingos, e os ex-deputados estaduais João Leite (PSDB) e Célio Moreira estavam presentes.

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