O Partido dos Trabalhadores oficializou, na manhã desta terça-feira (8 de outubro), o apoio à candidatura do prefeito Fuad Noman em Belo Horizonte para o segundo turno. Segundo Rogério Correia, que foi o candidato do PT no primeiro turno, um ato público será marcado ainda nesta semana, que deve contar com a presença de Fuad, Rogério, Bella Gonçalves (Psol), e vereadores eleitos pelos partidos de esquerda. 

Durante o anúncio feito à imprensa, estavam presentes, também, o presidente municipal do PT, Guima Jardim, e os quatro vereadores eleitos pelo partido: Bruno Pedralva, Luisa Dulci, Pedro Patrus e Pedro Rousseff. Todos declararam apoio à reeleição de Fuad, sob a justificativa de que pretendem derrotar Bruno Engler (PL), afilhado político do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

“É uma decisão, de certa forma, natural com o andamento da política em Belo Horizonte, com a cidade e também nacionalmente. Nosso ponto de vista é muito importante criar nesse segundo turno uma frente ampla, democrática, anti-bolsonarista e antifascista. Então nós estamos externando esse apoio ao prefeito Fuad e devemos estar com ele no final da semana num ato de apoio já combinado de toda a nossa federação (PT/PV/PCdoB) e também da federação Psol/Rede. Esperamos ajudar na construção desta vitória que julgamos importantes para cidade de Belo Horizonte”, explicou Rogério Correia.

Questionado se o presidente Lula deve vir a Belo Horizonte para participar da campanha de Fuad, Rogério disse que isso ainda será conversado. Ainda na segunda-feira (7 de outubro), o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou que o presidente Lula irá apoiar Fuad no segundo turno. “Se o presidente vem ou não em algum ato no segundo turno, nós vamos forçar para que ele venha. Vamos ver a agenda dele, mas se depender de nós vamos buscar de toda forma a vitória”, afirmou Rogério. 

O deputado federal destacou, ainda, que vê Fuad Noman como um político de centro, e que o PT não se incomodará em participar da campanha ao lado de partidos de direito e centro-direita. Entre eles, Rogério citou o União Brasil, legenda do candidato a vice de Fuad, Álvaro Damião, e o PSDB. “É uma frente ampla, democrática e cabe dentro da candidatura do Fuad os setores à direita, que, inclusive, já estavam também no primeiro turno, no caso do União Brasil, do PSDB”.

Rogério Correia também esclareceu que o PT não fez nenhuma condição para declarar o apoio a Fuad Noman, mas que os vereadores eleitos ainda vão negociar, após as eleições, se devem formar base ou se serão independentes, numa possível reeleição de Fuad Noman. 

O candidato Fuad Noman, por sua vez, agradeceu o apoio por meio de uma nota à imprensa: "O segundo turno da eleição à Prefeitura da Belo Horizonte é uma disputa entre o centro democrático e o extremismo de direita. Entre a continuidade de uma gestão bem sucedida em melhorar a vida da população de nossa cidade e uma aventura inexperiente. Todo apoio que nos ajudar a vencer essa disputa e continuar nosso trabalho em prol de Belo Horizonte será bem-vindo".

O deputado estadual Cássio Soares, presidente estadual do PSD, também se manifestou quando questionado se o partido vai subir num palanque ao lado do PT e Psol: "Estamos em um segundo turno como em tantos outros que já vivemos e viveremos. É normal que os candidatos se posicionem para um segundo turno até em respeito à democracia. Todos os apoios serão bem recebidos. Mas, o voto é soberano e pertence ao eleitor. E vamos buscar demonstrar com respeito a este eleitor que não nos escolheu antes, que o Fuad é a melhor opção".

Na busca de novas alianças

Na figura de porta-voz do PT durante o anúncio, Rogério Correia destacou, ainda, que vai se esforçar para convencer o MDB e PSB a se aliarem a Fuad Noman. Os partidos formaram uma coligação para a candidatura de Gabriel Azevedo (MDB), com Paulo Brant como vice (PSB). Brant, que também é presidente municipal do PSB, afirmou à reportagem que estão “refletindo e dialogando” um possível apoio no segundo turno. 

“O que puder facilitar no sentido de derrotar o Engler, nós vamos fazer. Então é importante o Gabriel, como é importante a Duda, e até mesmo o Tramonte [apoiarem Fua]. Esse é um esforço que nós vamos fazer e temos condições de fazê-lo, tanto ao nível federal, em Brasília, eu como vice-líder do governo presidente Lula pretendo conversar com todos e o que nós podemos aproximar. No caso do MDB e do PSB os dois fazem parte do governo presidente Lula, então eu chego em Brasília agora e já tenho essa tarefa conversar com as lideranças para poderem também conversar com o Gabriel sobre a importância de estar junto nesse período, agora no segundo turno”.