BRASÍLIA - Sandro Mabel (União Brasil) é o candidato a prefeito em 2024 mais rico do país, conforme declarações oficiais à Justiça Eleitoral. Com R$ 313.405.916,29 informados em seu registro, o empresário é um dos sete concorrentes à Prefeitura de Goiânia.
Rogério Cruz (Solidariedade) tem o menor patrimônio declarado entre os candidatos ao comando do Poder Executivo da capital goiana – R$ 160 mil, referente a um carro –, que tem outro milionário na corrida, o também empresário Vanderlan Cardoso (PSD), que é senador – R$ 26 milhões.
Conforme a declaração de Mabel ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o patrimônio dele é dividido da seguinte forma:
- Imóveis: nove apartamentos, três casa, 42 terrenos, um galpão (R$ 48.039.987,03).
- Veículos: dois quadriciclos e um helicóptero (R$ 3.201.819).
- Dinheiro e investimentos: dinheiro em espécie, participação em capital de empresas, crédito decorrente de empréstimo, saldo em conta corrente no Brasil e no exterior, aplicações, apólices da dívida pública (R$ 261.824.110,26).
- Outros bens: ativos minerais e uma obra de arte (R$ 340 mil).
Com 65 anos, Sandro Mabel assumiu a presidência da empresa Mabel aos 23. Sua família fundou a Mabel, empresa de rosquinhas e biscoitos amanteigados ainda em 1953. Em 2011, a fábrica foi vendida para a PepsiCo. Na data da venda, Sandro era presidente do conselho de administração da empresa.
Sandro Mabel também é pecuarista e carcinicultor, além de atuar no mercado imobiliário. O empresário foi deputado estadual por um mandato e deputado federal por 20 anos, mas ficou uma década fora da política. Nesse período ele comandou instituições como a Federação das Indústrias de Goiás (Fieg).
Pablo Marçal é o segundo da lista
O segundo candidato a prefeito mais rico no país é o coach e empresário Pablo Marçal (PRTB), que disputa a Prefeitura de São Paulo. Ele disse ter R$ 169.503.058,17 em bens, R$ 24 milhões a menos do que havia declarado anteriormente (R$ 193,5 milhões).
Mesmo com a redução, os R$ 193,5 milhões são o dobro do que ele declarou em 2022, quando tentou concorrer à presidente mas teve a candidatura indeferida. Dois anos atrás, ele disse ao TSE que tinha R$ 88.441.467,08 em bens.
O apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) é outro candidato em São Paulo na lista dos 10 mais ricos do Brasil, que não tem nenhum dos concorrentes à Prefeitura de Belo Horizonte (MG) nem de outros municípios mineiros.
Sétimo no ranking, Datena declarou um patrimônio de R$ 38.301.790,28, que inclui terrenos em Santa Catarina, Jundiaí, Estrada do Bonfim e Tamboré. Ele ainda informou vagas de garagens, depósitos bancários, quotas em uma empresa de publicidade e aplicações de renda fixa (CDB, RDB e outros).
Já no estado do Rio de Janeiro, Clébio Lopes Jacaré (União Brasil), que concorre à Prefeitura de Nova Iguaçu, tem o maior patrimônio declarado à Justiça Eleitoral: R$ 49,6 milhões.
Confira os 10 candidatos a prefeito mais ricos do país:
- Sandro Mabel (União Brasil), candidato em Goiânia (GO): R$ 313,4 milhões
- Pablo Marçal (PRTB), candidato em São Paulo (SP): R$ 169,5 milhões
- Clébio Lopes Jacaré (União Brasil), candidato em Nova Iguaçu (RJ): R$ 49,6 milhões
- Eduardo Girão (Novo), candidato em Fortaleza (CE): R$ 48,1 milhões
- Netinho Reis (MDB), candidato em Duque de Caxias (RJ): R$ 46,4 milhões
- Helinho Zanatta (PSD), candidato em Piracicaba (SP): R$ 46 milhões
- Datena (PSDB), candidato em São Paulo (SP): R$ 38,3 milhões
- Renato Silva (PL), candidato em Cascavel (PR): R$ 37,9 milhões
- Mauro Campos (Novo), candidato em Volta Redonda (RJ): R$ 31,1 milhões
- Luciano Almeida (PP), candidato em Piracicaba (SP): R$ 30,8 milhões
O prazo para os candidatos enviarem a declaração de patrimônio acabou na quinta-feira (15). A campanha eleitoral para o pleito municipal começa oficialmente nesta sexta-feira (16).
A partir de agora, candidatos a prefeito e vereador podem pedir votos nas ruas e na internet. Mas a publicidade no rádio e na TV só inicia em 30 de agosto, indo até 3 de outubro.
A votação do primeiro turno está marcada para 6 de outubro. Já o segundo turno, caso ocorra, ocorrerá no dia 27.
Número de candidatos cai quase 20%
Caiu quase 20% o número de candidatos inscritos para concorrer nas eleições municipais em relação a 2020, quando houve o último pleito para escolher prefeitos, vices-prefeitos e vereadores. O prazo para registro presencial das candidaturas terminou às 19h de quinta-feira. O registro virtual foi encerrado às 8h.
O percentual da queda foi calculado com base na quantidade de registros divulgados pela Justiça Eleitoral às 19h18 desta quinta-feira. Havia 451.988 candidaturas confirmadas, conforme a plataforma DivulgaCand, do TSE.
Os tribunais regionais eleitorais (TREs) informaram ter recebido 15.341 registros de candidaturas para prefeito, 15.415 para vice-prefeito e 421.232 para o cargo de vereador – a votação ocorre em 6 de outubro. No total, são mais de 100 mil candidaturas a menos do que em 2020.
Em 2020, o país registrou número recorde de 557.678 candidatos para os cargos municipais. É a primeira queda desde 2008, quando houve 381.327 registros no TSE. Houve crescimento constante nas três eleições municipais seguintes: em 2012, 2016 e 2020.
Lista de candidatos com contas irregulares
O registro será analisado pelo juiz da zona eleitoral da cidade na qual o candidato pretende concorrer. Entre as causas de inelegibilidade, está o julgamento de contas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A lista com o nome de 9,7 mil pessoas nessa situação foi entregue quinta-feira ao TSE.
Se o juiz constatar a falta de algum documento, poderá pedir que o candidato resolva a pendência no prazo de até três dias. Caberá ao magistrado decidir se defere ou indefere a candidatura. Se o registro for negado, o candidato poderá recorrer ao TRE de seu estado e ao TSE.
Durante o período de análise, as candidaturas poderão ser contestadas pelos adversários, partidos políticos e o Ministério Público Eleitoral (MPE). Eles poderão denunciar alguma irregularidade no cumprimento dos requisitos legais para o registro.
O primeiro turno das eleições será em 6 de outubro. O segundo turno da disputa poderá ser realizado em 27 de outubro nos municípios com mais de 200 mil eleitores, nos quais nenhum dos candidatos à prefeitura atingiu mais da metade dos votos válidos, excluídos os brancos e nulos, no primeiro turno.