Personagem de um embate interno na campanha do senador licenciado e candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Carlos Viana (Podemos), a vice na chapa com o parlamentar, Renata Rosa (Podemos), começou sua campanha nas redes sociais sem citar o nome de seu correligionário.

Em vídeo publicado no Instagram nesta sexta-feira (16 de agosto), a ativista pelos direitos das pessoas com deficiência começou a pedir votos, prática já permitida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ignorou o nome de Carlos Viana.

Ela agradeceu ao partido e à presidente estadual da sigla, Nely Aquino, que a indicou para o posto, e às legendas coligadas Mobiliza, DC e PRTB.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa de Carlos Viana afirmou que o candidato não vai comentar o assunto. 


“Hoje iniciamos uma nova jornada com um só objetivo: transformar Belo Horizonte em uma cidade mais justa e inclusiva para todos. Alguns por aqui já me conhecem e outros estão chegando, sou Renata Rosa, cadeirante, mãe solo de três filhos e avó de um neto. Acredito no valor da inclusão porque vivo sua importância no dia a dia”, diz o texto que acompanha o vídeo.

“Estarei lutando em prol das pessoas com deficiência para que sejam asseguradas o pleno exercício de seus direitos básicos como educação, saúde, trabalho, transporte, lazer, previdência social, amparo à infância e à maternidade, bem como outros que propiciem o bem-estar pessoal, social e econômico”, completou.

 

Reunião interna definiu vice


Em reunião na quarta-feira (14 de agosto) entre Nely, Viana e a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, foi firmado um acordo para que Renata Rosa, que já tinha sido registrada como vice na chapa com o senador licenciado no começo da semana, fosse a indicada do partido para ser a companheira de chapa do parlamentar. A executiva nacional do Podemos reafirmou, em nota, o apoio à candidatura de Viana, mas não se posicionou sobre o embate entre o senador e a dirigente partidária. 


“Nesta semana, em reunião na capital federal, todos os representantes do partido em Minas Gerais se comprometeram a dialogar, trabalhar e unificar os esforços para o sucesso na eleição municipal. A executiva nacional também reafirma a importância de Minas Gerais nos planos de crescimento do Podemos e entende que o diálogo é sempre o melhor caminho para o sucesso nas eleições”, diz o texto. 


A pauta da conversa que ocorreu na quarta era o embate entre o candidato e a dirigente partidária em Minas Gerais a respeito da indicação da candidata a vice na chapa de Viana. Por um lado, o senador defendeu o nome de Kika da Serra para compor com ele nas eleições, enquanto a legenda municipal e estadual sustentaram o nome de Renata Rosa.


Na convenção do partido, que foi realizada no último dia 4, Viana deu entrevistas ao lado de Renata e se mostrou favorável à indicação do partido. Antes do embate, o senador licenciado havia escolhido Fred Aisc (DC) para ser seu vice, mas o nome não foi aprovado pelo Podemos. Então, o empresário indicou o nome de Kika da Serra para a chapa. 


Nessa segunda-feira (12 de agosto), a presidente estadual do Podemos, Nely Aquino, apontou "inabilidade política" por parte de Viana e afirmou que ele "quer debater por meio da imprensa". A deputada federal lamentou que "o candidato não tenha conseguido outra legenda para disputar as eleições" e disse que a desfiliação dele da sigla seria "o melhor caminho". 


"Enquanto ele for filiado ao Podemos, partido presidido por uma deputada federal que tem orgulho de integrar a Família Aro, terá que abrir mão das suas vaidades pessoais se quiser mesmo ser candidato a prefeito", destacou Nely. "A vice-prefeita da chapa, escolhida em convenção e por todos os representantes da coligação, será Renata Rosa Viana Comini, conforme registro realizado na Justiça Eleitoral", completou.


Nas redes sociais, Carlos Viana criticou Nely. "Se a deputada quer dar golpe, que ela dê!", afirmou. "Minha escolha, Kika da Serra, vai dar voz àqueles que sempre votaram, mas nunca foram ouvidos ou participaram das decisões", seguiu o pré-candidato.