As declarações dos bens dos candidatos à Prefeitura de Montes Claros em 2024 apresentam uma grande discrepância. De acordo com informações do portal DivulgaCand Contas, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enquanto um candidato não declarou nenhum bem, outro chegou a registrar mais de R$ 158 milhões de patrimônio. Nas eleições deste ano, Délio Pinheiro (PDT), Fábio Máquinas (PMN), Guilherme Guimarães (União), Maurício Sérgio (PL), Paulo Guedes (PT) e Ruy Muniz (PSB) vão disputar o cargo de chefe do Executivo da cidade.
Conforme o TSE, as declarações apresentadas pelos candidatos incluem bens em nome próprio, como casas, apartamentos, chácaras, fazendas, carros e motos. Além disso, os postulantes também devem incluir valores de participações em empresas, negócios próprios, saldos em contas-correntes, poupanças, ações em bolsa e outras aplicações.
Confira os bens indicados pelos candidatos à Prefeitura de Montes Claros, por ordem do maior valor declarado ao menor.
Ruy Muniz (PSB)
O ex-prefeito Ruy Muniz (PSB) é o candidato que apresentou o maior valor de bens declarados para as eleições de 2024 em Montes Claros. No total, ele conta com R$ 158.912.018,75, de acordo com dados do TSE.
A maioria dos bens de Muniz são oriundos de quotas de capital. Uma delas é de R$ 154.525.211,00 em uma empresa educacional, o que representa cerca de 97% dos valores apresentados. O candidato a prefeito de Montes Claros ainda listou quotas de capital em editora, em dois colégios, em dois hospitais, em agência de publicidade e em cooperativa de crédito.
Muniz também declarou créditos decorrentes de empréstimos nos valores de R$ 2.032.387,36 e R$ 1.575.780,95, além de um ônibus e de uma fiança.
Na primeira vez em que se candidatou a um cargo político, para vereador em 2004, Muniz não chegou a declarar bens. O patrimônio do candidato evoluiu ao longo das demais candidaturas. Em 2006, para deputado estadual, ele registrou R$ 132.815,00. Já em 2008, quando se candidatou pela primeira vez a prefeito de Montes Claros, declarou R$ 729.825,91. Nas eleições de 2010, para deputado federal, os valores de Muniz registraram queda, indo para R$ 669.625,00.
Em 2012, ano em que foi eleito prefeito de Montes Claros, o candidato havia declarado R$ 425.465,72 - uma nova queda em relação ao pleito anterior. Ele buscou a reeleição em 2016, foi para o segundo turno, mas perdeu para o atual prefeito da cidade, Humberto Souto (Cidadania). Na ocasião, Muniz declarou R$ 1.706.554,21 em bens ao TSE.
A maior diferença de evolução patrimonial ocorreu entre 2016 e 2020, quando os bens do postulante ao cargo de chefe do Executivo saltaram para R$ 156.704.967,63. Por fim, nas eleições de 2022 para deputado federal, Muniz declarou R$ 158.051.565,55 em bens, o que significa cerca de R$ 860 mil abaixo do registrado, posteriormente, em 2024.
Paulo Guedes (PT)
Após Ruy Muniz, o deputado federal Paulo Guedes (PT) é um dos candidatos à Prefeitura de Montes Claros que apresentaram maior valor de bens declarados em 2024. No total, são R$ 2.607.266,02.
A maior parte do patrimônio do postulante é decorrente de imóveis. Guedes possui uma fazenda em Montes Claros no valor de R$ 650 mil e um apartamento na cidade, também de R$ 650 mil, além de uma casa de R$ 1.025.719,29. Além disso, o deputado tem dois lotes no município de Manga, também no Norte de Minas, nos valores de R$ 122 mil e R$ 120 mil. Ele ainda declarou um depósito bancário em conta corrente.
Por ter uma carreira política extensa, é possível também acompanhar a evolução do patrimônio de Paulo Guedes ao longo dos anos. Em 2006, quando foi candidato a um cargo político pela primeira vez (deputado estadual), Guedes declarou R$ 45 mil. Em 2010, também para deputado estadual, os bens saltaram para R$ 572.334,66. Quando se candidatou a prefeito de Montes Claros pela primeira vez, em 2012, o candidato declarou R$ 600 mil em bens. Nas demais eleições, as declarações foram de R$ 918.767,05 (2014, para deputado estadual), R$ 1.301.221,35 (2018, para deputado federal) e R$ 1.918.966,97 (2022, também para deputado federal).
Maurício Sérgio (PL)
O empresário e superintendente da Santa Casa de Montes Claros, Maurício Sérgio (PL), pleiteia, pela primeira vez, um cargo político. Ao TSE, o candidato a prefeito da cidade declarou R$ 1.005.376,77 em bens. O maior deles é uma casa, de R$ 352.414,98. Em seguida, Maurício Sérgio declarou R$ 250 mil em dinheiro em espécie. O candidato ainda registrou dois terrenos nos valores de R$ 124.630,90 e R$ 80 mil, além de um carro.
Dentre os bens, o empresário declarou quatro depósitos bancários em conta corrente no Brasil. Há, também, uma aplicação de renda fixa e quota de capital em empresa de construção, além de outras duas quotas de capital em instituições financeiras cooperativas.
Guilherme Guimarães (União Brasil)
O atual vice-prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães (União Brasil), declarou R$ 654.979,34 em bens para o TSE. A maior parte diz respeito a uma loja na cidade, no valor de R$ 201.929,45 e a uma propriedade rural, de R$ 145.820,00. Há, ainda, uma casa de R$ 98.100,00 e um terreno na cidade de R$ 56.091,15. Guimarães também declarou dois veículos e um depósito bancário em conta corrente.
Em 2020, quando se candidatou a vice-prefeito da cidade, ele registrou R$ 599.500,60 junto ao TSE. Desta forma, seu patrimônio evoluiu em R$ 55.478,74 nos últimos quatro anos.
Délio Pinheiro (PDT)
O deputado federal Délio Pinheiro (PDT) declarou R$ 572 mil em bens para as eleições de 2024. Um apartamento de R$ 350 mil toma a maior parte do patrimônio do postulante ao cargo de prefeito em Montes Claros. Pinheiro ainda declarou R$ 100 mil em espécie, dois veículos e dois depósitos bancários.
Nas eleições de 2022, quando disputou o cargo de deputado federal, Délio não declarou nenhum bem.
Fábio Máquinas (Mobiliza)
O empresário Fábio Ferreira Durães (Fábio Máquinas - Mobiliza) não declarou nenhum bem junto ao TSE em 2024. A disputa pela Prefeitura de Montes Claros é a primeira que Fábio Máquinas pleiteia. Desta forma, não há informações anteriores sobre o patrimônio do candidato.