BRASÍLIA - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que é candidato à reeleição, passou a adotar um tom diferente, nesta quinta-feira (22), para se referir a seus principais adversários na corrida pela prefeitura da capital paulista.
No início da campanha, o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se valia de um discurso moderado, buscando fugir de maiores polêmicas. Contudo, a partir do crescimento de Pablo Marçal (PRTB), que a princípio disputa a mesma fatia do eleitorado de Nunes, a campanha revisou a estratégia. O adversário vem subindo nas pesquisas após recorrer a ataques e provocações.
Em agenda na Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), Nunes partiu para o ataque contra três concorrentes. O primeiro deles foi José Luiz Datena (PSDB).
"Agora a gente vive uma guerra de narrativas, né. Tem um gagá aí que é candidato a prefeito também. Que a vida dele quando estava na televisão era detonar o Centro de São Paulo para buscar audiência. E a gente tinha ali uma ação de desinformação", disse, em discurso.
Depois, Nunes começou a falar sobre Guilherme Boulos (PSOL), lembrando de quando o psolista foi coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Enquanto liderou a organização, ele participou de manifestações que resultaram em ocupações, sendo chamado de “invasor” por opositores.
"Acho que existe uma diferença muito grande entre os candidatos. Alguém que a turma dele do MTST, em 2021, invadiram a Bolsa de Valores no Centro de São Paulo. Alguém que invadiu o Ministério da Fazenda e subiu em cima da mesa. Não é possível alguém em sã consciência imaginar que uma pessoa dessa tem o mínimo de capacidade de liderar a cidade que é a maior da América Latina”.
No discurso, o prefeito também não poupou Pablo Marçal, destacando a falta de experiência do candidato do PRTB na política e fazendo uma provocação.
"Ou a gente tem um outro lunático que fala que a proposta é fazer um teleférico para transporte de massa, para um desconhecimento total. Eu não vou nem falar que ele não mora em São Paulo", disse Nunes.
Para reverter o cenário de queda, o emedebista aposta na influência de Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, o ex-presidente e seus filhos, frente à ascensão de Marçal, passaram a se envolver mais diretamente na eleição da capital paulistana.