BRASÍLIA - O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena, afirmou na manhã desta segunda-feira (16) que seu oponente na disputa, Pablo Marçal (PRTB), demonstrou durante toda a campanha eleitoral sua falta de caráter e que representa uma ameaça à cidade de São Paulo.
O tucano se pronunciou, por meio de nota, após ter jogado uma cadeira no ex-coach durante debate entre os candidatos ao comando da capital paulista, na noite deste domingo (15), promovido pela TV Cultura. No comunicado enviado à imprensa, ele diz que espera ter lavado a alma de milhões de brasileiros com o gesto.
Segundo o apresentador de televisão, apesar de não defender a violência como solução para conflitos, as circunstâncias do debate o levaram a agir de forma extrema. Ele completa que Marçal feriu a honra dele e de sua família, e que é difícil obedecer aos limites de civilidade quando eles já foram rompidos e corrompidos por um oponente.
“Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade”, escreveu.
O tucano admitiu que errou, mas ressaltou que de forma alguma se arrepende de ter lançado uma cadeira em Marçal. “Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros”.
Datena disse ainda, por meio de nota, que com o episódio da cadeirada, espera ter “lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado”.
Referência à denúncia de assédio foi estopim para cadeirada
O candidato do PSDB fez referência ao fato de o ex-coach ter se referido a ele como “jack”, gíria comum em presídios para identificar acusados de estupro. Marçal recuperou uma denúncia de uma ex-funcionária da Band, emissora que tinha Datena no comando de um programa policial, que acusou o então apresentador de assédio sexual.
O processo correu na Justiça de São Paulo, mas a denúncia foi retirada, meses depois, por uma carta protocolada em cartório. Com isso, o caso foi arquivado pela Justiça em 2019. Depois, a repórter declarou que foi induzida a escrever a carta após um processo de calúnia movido por Datena, mas que as acusações seriam verdadeiras.
A referência à denúncia foi o principal motivo que levou Datena a dar uma cadeirada em Marçal durante a transmissão do debate. O candidato tucano afirmou que o caso atingiu sua família a ponto de contribuir para a morte de sua sogra. “As acusações que Marçal fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas”, disse.
“Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário”, escreveu Datena em nota enviada à imprensa.
Candidato do PSDB diz que continuará na disputa
Antes da agressão, Pablo Marçal também provocou Datena sobre uma possível desistência da corrida eleitoral de São Paulo, como ocorreu em eleições anteriores. Ainda no comunicado à imprensa, o tucano reafirmou que vai continuar na disputa. A posição foi reiterada pelo presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo.
“Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população”, declarou Datena.
Veja a nota na íntegra abaixo:
“Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem.
Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura.
Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto.
Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz.
Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade.
As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas.
Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário.
Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário.
Espero, com minha atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna.
Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado.
Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população”.