Iniciando a série de sabatinas com candidatos a vice-prefeito de Contagem nas eleições de 2024, O TEMPO entrevistou Ricardo Faria (PSD), nesta quarta-feira (18 de setembro). O fisioterapeuta e ex-vereador, ex-deputado estadual e ex-secretário de Estado de Turismo é candidato a vice-prefeito na chapa "Juntos por Contagem" com a atual prefeita e candidata à reeleição, Marília Campos (PT).
Veja cinco frases de Ricardo Faria durante a sabatina da FM O TEMPO 91,7. A entrevista, transmitida pela rádio e pelo YouTube de O TEMPO, está disponível.
'Não tem eleição ganha'
Diante dos cenários projetados pelos institutos de pesquisa que indicam que a vitória de Marília Campos e Ricardo Faria no primeiro turno das eleições, o postulante foi indagado se já há conversas sobre o próximo secretariado e o que precisa ser mudado. Faria respondeu que ainda é preciso focar na campanha.
"Acho que ainda é prematuro. Temos ainda mais 20 dias de eleição. Estamos trabalhando firme, não tem eleição ganha. A ideia é a gente continuar o que está posto. Temos um plano de governo que precisamos colocar em prática, que precisa ser cumprido. A gente tem compromisso com a cidade, a população sabe e sabe do compromisso que a Marília tem com o município de Contagem, sabe das entregas dela. Enfim, ainda está prematuro para a gente definir essas composições. Estamos muito focados no processo eleitoral, nas eleições do dia 6 de outubro e é isso que a gente tem feito, trabalhado muito. Ontem, a Marília esteve numa agenda intensa lá na região da Ressaca. Eu estive numa agenda intensa na região do Industrial, lá na Vila da Paz, conversando com os moradores da rua Dom Bosco".
'É insano não ter bilhete único'
O transporte coletivo integrado na região metropolitana de Belo Horizonte foi um dos questionamentos feitos a Faria. Ao ser indagado se há solução para o tema, o vice-prefeito destacou que fica 'envergonhado' sobre não haver ainda uma solução.
"A [prefeita] Marília tem debatido muito isso. Ela tem uma liderança metropolitana e se não tiver uma articulação, uma integração dos municípios metropolitanos, a gente não vai conseguir avançar. A gente só consegue fazer a gestão de 30% dos ônibus que circulam aqui, que são os ônibus gerenciados pela autarquia Transcon. Os demais veículos, são gerenciados pela Seinfra. Então, o nosso compromisso é trabalhar incansavelmente. Eu acho que isso é tão insano, a gente não ter um bilhete único, a gente não ter o mínimo de diálogo. Eu fico envergonhado de ter quase 20 anos de vida [pública] por ter passado pela Assembleia [Legislativa de Minas Gerais] e a gente não ter ido sentar à mesa para poder ter o mínimo de diálogo. Mas a gente tem trabalhado incansavelmente para poder ter o mínimo de integração desses dois sistemas", disse.
'Corujão não é saída'
Uma das propostas apresentadas por outros candidatos à Prefeitura de Contagem é a realização de 'Corujão', principalmente na área da saúde, na tentativa de reduzir a fila de espera para a realização de consultas e cirurgias. Para Ricardo Faria, o programa não se aplicaria na cidade.
"Talvez em outros municípios o Corujão seja uma boa saída, mas em Contagem a gente não tem essa demanda para poder utilizar. A gente tem uma rede própria que é capaz de fazer as nossas cirurgias. O nosso hospital, a nossa rede de atenção hospitalar, tem uma capacidade instalada de fazer até 274 procedimentos cirúrgicos. A gente está muito avançado nas cirurgias de urgência ortopédica, nas cirurgias de urgência. Então o paciente hoje de urgência, ele é bem atendido na nossa rede própria. Precisamos avançar na nossa cirurgia eletiva. E aí se chegou no ponto nevrálgico: a gente precisa de recurso. Então, a gente precisa avançar, sensibilizar o governo do Estado, o governo federal a ter mais aporte de recurso pra gente avançar nisso", ressaltou.
'Fizemos um dos maiores investimentos na contenção às enchentes'
Ricardo Faria destacou que ao longo dos últimos anos a gestão dele e de Marília Campos fez um 'grande investimento' para conter os impactos das enchentes na cidade e que isso está sendo possível devido aos convênios firmados.
"Ao longo desses quatro anos a gente fez um grande investimento no que diz respeito à contenção das enchentes e talvez um dos maiores investimentos da história do nosso município. Fizemos parceria com o governo do Estado e em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte nós iniciamos um grande convênio para construção das bacias de contenção das águas de chuvas, que acomete principalmente o encontro das águas do Arrudas com Ferrugem. É uma obra de R$ 106 milhões. A gente concluiu a bacia de contenção da Rio Volga e ela já está funcionando. A gente precisa avançar ainda mais. Tem obras ainda, que são de responsabilidade do Estado. Ali na avenida Arterial está sendo construída uma bacia próxima, ali no bairro Santa Maria, nas margens da Toshiba, que também é uma avenida e uma bacia importante. Na avenida Alvarenga Peixoto, está sendo construída uma grande bacia de contenção. Então, a gente tem construído em parceria com o governo do Estado, com o governo federal, uma grande parceria para a gente poder trabalhar nisso. Tem também um trabalho sendo feito na manutenção, na zeladoria da cidade e com trabalho de manutenção das galerias de limpeza dos bueiros".
'Compromisso com a ressocialização'
No plano de governo de Ricardo Faria e Marília Campos consta a criação de um programa de reintegração de detentos. Questionado sobre como ele será colocado em prática, o vice-prefeito disse que pretende utilizar como modelo algo que desenvolveu enquanto ocupou outra função na esfera pública.
"Quando eu fui deputado, eu fiz um grande trabalho com as Apacs e quando eu tive uma passagem pela Secretaria de Estado de Turismo nós também fizemos uma grande parceria e aproveitamos os egressos do sistema prisional para fazer grandes parcerias. Eu acho que a gente pode replicar isso aqui em Contagem. Eles podem nos apoiar muito. Acho que obedecendo sempre o perfil de cada egresso do sistema prisional e obedecendo também as características, as potencialidades. Porque a gente tem um compromisso também de reintegração social dessas pessoas. Se a gente quer realmente fazer uma discussão de reintegração dessas pessoas junto à sociedade, qual é o potencial que essa pessoa tem e o que a gente pode fazer para ajudar a reintegrar essa pessoa junto à sociedade? Quais são as potencialidades que ele pode nos ajudar enquanto sociedade? Num primeiro momento, a sociedade vê ele como um varredor de rua. É nobre varrer rua e não tem demérito nenhum nisso. Mas o que eu acho é que a gente precisa entender qual é o perfil dessas pessoas, o que essas pessoas estão dispostas a estar fazendo".