BRASÍLIA - A Polícia Federal desencadeou nesta quinta-feira (26) duas operações em dois Estados distintos contra grupos criminosos que usavam da força para obrigar eleitores a votarem em determinados candidatos.
Na Operação Coactum, realizada na Paraíba, policiais federais cumpriram mandados para levantar provas sobre os crimes de captação de sufrágio (compra de votos) e aliciamento violento de eleitores – um novo modelo do antigo voto de cabresto.
Nesta fase da investigação, os policiais cumpriram 22 mandados de busca e apreensão, todos em São Bento, no sertão da Paraíba.
Um dos alvos desses mandados é o candidato a vice-prefeito da cidade, Rafael Silva Cavalcante, conhecido como Rafinha Banana, do partido Republicanos. ele concorre na chapa encabeçada por Marcos Davi (PP).
Investigadores flagraram um grupos de pessoas armadas em diversos eventos do município e circulando em São Bento com grande quantidade de dinheiro em veículos, comprando votos, segundo o Ministério Público estadual.
Essas pessoas estavam a serviço de Rafinha Banana, segundo MP. O candidato ainda teria envolvimento com casas de apostas e rifas, que eram usadas para lavagem de dinheiro, ainda de acordo com o MP.
Durante as buscas desta quinta-feira, agentes prenderam duas pessoas em flagrante por posse de arma de fogo de uso restrito, tendo sido apreendidas várias armas, de diversos calibres, desde uma metralhadora .40 até pistolas 9mm, .380 e revólveres.
Também foram apreendidos aparelhos celulares e diversos documentos que têm ligação com a investigação. Todos os presos e material apreendido foram levados para a delegacia da Polícia Federal em Patos (PB).
Também na Paraíba e neste mês, mas na capital João Pessoa, a vereadora Raíssa Lacerda (PSB) e outras três pessoas foram presas em uma ação semelhante.
Facção tenta impedir votos em candidato
A PF, a Polícia Rodoviária Federal e as polícias do Estado do Acre deflagraram a Operação Sufrágio em Feijó (AC) nesta quinta-feira para investigar a atuação de outro grupo criminoso que tenta ditar os rumos da política local.
“A investigação começou a partir de informações coletadas no sentido de que integrantes de organização criminosa foragidos da Justiça estavam impedindo e embaraçando o livre desenrolar do pleito eleitoral”, disse a PF em nota.
Comprovou-se ao longo das investigações que as lideranças locais teriam ordenado, por meio comunicados conhecidos como ‘salves’, que os habitantes de Feijão se abstivessem de votar em determinado candidato”, completou.
Policiais das forças federais e estaduais foram mobilizados para o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão.
Em virtude dos fatos apurados, os investigados, nas medidas de suas responsabilidades, poderão responder judicialmente pelo crime de organização criminosa e por delito de uso de violência ou ameaça com finalidade eleitoral.