Rogério Correia (PT), candidato a prefeito de Belo Horizonte, se reuniu com representantes das comunidades quilombolas da capital mineira, nesta quinta-feira (5 de agosto). Ele ouviu demandas e reforçou que é contra o atual traçado do Rodoanel da cidade. O candidato considera que a obra pode oferecer riscos ao meio ambiente e às comunidades tradicionais da região metropolitana.

“Nós não vamos aceitar o traçado atual apresentado pelo governo de Minas. Não é apenas uma questão de Belo Horizonte, Betim já se manifestou contrário e Contagem também. Nós pretendemos auxiliar para refazer este traçado (do Rodoanel), com um projeto amplo de discussão, e respeitando o direito dos quilombos que estão dentro do traçado, mal traçado, desse Rodoanel”, destaca Rogério Correia.

O encontro foi realizado no “Quilombo Mangueiras”, no bairro Novo Aarão Reis, região Norte da capital. Em relação às comunidades quilombolas, que tiveram origem ainda no período imperial ou colonial, criadas por escravos fugidos das fazendas existentes na região onde hoje está Belo Horizonte, o candidato petista prometeu apoio para regularização da posse da terra e auxílio no acesso a serviços públicos.

“Esse reconhecimento de território já existe em seis áreas quilombolas aqui de Belo Horizonte, com previsão em lei, criados pelo Incra, pelo governo federal, mas agora é preciso um reconhecimento real da prefeitura e respeito com as políticas públicas que eles têm dentro do território e o auxílio para que possam avançar”, diz Rogério Correia.

Outra exigência das comunidades quilombolas prevista na carta apresentada a Rogério Correia é a criação de uma secretaria de igualdade racial, que já consta entre os anúncios feitos pelo candidato petista para um futuro governo, caso vença as eleições. 

No plano de governo apresentado por Rogério Correia à justiça eleitoral constam as principais reivindicações apresentadas pelos quilombolas, incluindo a regularização fundiária e a aceleração de processos de tombamento.

Chamou a atenção

Uma saia justa entre Rogério Correia e Duda Salabert (PDT), candidata a prefeita, foi criada durante um evento realizado por um dos quilombos de Belo Horizonte, o quilombo Manzo. Na ocasião, lideranças da comunidade quilombola organizaram um evento para  apresentar um manifesto de defesa da Serra do Curral para a candidata Duda e convidaram também a deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede), que faz parte da coligação de apoio a Rogério e coordena a área de meio ambiente do petista.

O fato poderia ter passado sem grande alarde, mas trouxe dúvidas sobre a unidade de apoio na aliança entre PT, PSOL e Rede, que possibilitou a formação da chapa que tem Rogério como candidato a prefeito e Bella Gonçalves (PSOL) como vice.

Na pré-campanha, Ana Paula chegou a indicar que preferia uma aliança de sua federação PSOL-REDE com a candidata Duda ao invés dos petistas e o fato das duas estarem juntas em um evento sem Rogério motivou suspeitas e mal estar. Por causa disso, o quilombo Manzo teve que divulgar a informação reconhecendo que houve um erro no convite feito à Ana Paula Siqueira.

Nesta quinta-feira, o quilombo Manzo foi um dos que participou da solenidade ao lado de Rogério Correia.

Bolsonaro em BH

Ainda na reunião com os representantes dos quilombos, Rogério Correia (PT) avaliou a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que participa de evento com candidatos do PL na região metropolitana, e disse que a passagem ajuda a esquentar o clima eleitoral em BH e auxilia na estratégia petista de polarização vincular Rogério Correia a Lula.