A vitória de Marília Campos (PT) no primeiro turno das eleições em Contagem, com 60% dos votos na cidade, ajudou a Federação Fé Brasil, formada por PT-PCdoB-PV, a ter a maior bancada de vereadores. Mas não foi suficiente para impedir que o PL, partido do candidato de oposição Junio Amaral e do ex-presidente Jair Bolsonaro, conseguisse marcar lugar no Legislativo da cidade.
O PL que não tinha nenhuma cadeira na Câmara, elegeu três vereadores. Entre eles o candidato Pedro Luiz (PL), que foi para a eleição com o apoio do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e terminou o pleito como o segundo mais votado na cidade.
Até o início do período eleitoral, apenas quatro dos 21 vereadores se apresentavam como oposição, agora cinco foram eleitos em legendas de oposição que tiveram atuação contrária aos interesses do governo municipal. Dos vereadores de oposição, dois se reelegeram, José Carlos Gomes (Avante) e Pastor Itamar (PRD). Outros dois não conseguiram um novo mandato: Abne Motta (PRD) e Hugo Vilaça (Avante).
Maiores bancadas
A Federação Fé Brasil, que reúne PT-PCdoB-PV fez a maior bancada da Câmara de Contagem e elegeu cinco vereadores. Em seguida aparecem o PL e o União Brasil, com três parlamentares eleitos em cada uma das legendas; o PRD e o Mobiliza fizeram duas vagas cada; enquanto PDT, PSD, Avante, Republicanos, PSB, MDB, PP, Solidariedade, PSOL-Rede e PSDB-Cidadania elegeram um vereador cada.
O campeão de votos foi o vereador Léo da Academia (PDT), reeleito para um segundo mandato. A lista dos cinco mais votados ainda inclui outra candidata novata, Adriana Souza (PT); e uma veterana, Silvinha Dudu (PV), que foi a mais votada na última eleição municipal, em 2020.
Mais disputado
Mesmo tendo 4 vagas a mais em 2024, após o resultado do Censo Populacional do IBGE que possibilitou uma decisão dos vereadores de passar de 21 para 25 vereadores na Câmara de Contagem, o número de votos para se eleger subiu 58%. Em 2020, Abne Motta foi eleito com 1.784; em 2024, o vereador eleito com a menor quantidade de votos foi Didi (PRD), com 2.829.
No topo do ranking a disputa também foi maior. Em 2020, Silvinha Dudu, a mais votada, teve 6.414 votos. Neste ano, Léo da Academia conquistou 10.627; com a votação, ele conquistou o cargo de vereador mais votado da história da cidade, batendo o recorde de Arnaldo de Oliveira (Solidariedade), que teve 7.563, nas eleições municipais de 2004.
Renovação baixa
Dos 25 vereadores eleitos, 8 chegam na Câmara pela primeira vez, cerca de 32%. Mas a renovação foi menor, de aproximadamente 23%. A diferença é que houve um aumento de vagas na Câmara entre a eleição de 2020 e 2024. Dos 21 eleitos em 2020, cinco não conseguiram retornar das urnas com um novo mandato garantido para 2025.
Em 2020, última eleição municipal, a renovação em Contagem ficou em 43%; nove vereadores não conseguiram a reeleição naquele ano em um cenário com 21 vagas no Legislativo.
Arnaldo de Oliveira
Arnaldo Oliveira foi reeleito para o seu décimo primeiro mandato consecutivo. O vereador, que está prestes a completar 66 anos, entra para um grupo seleto de políticos que ultrapassam a marca de dez mandatos consecutivos. Com a reeleição em 2024, ele vai ter a chance de completar 44 anos no cargo.