O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou no fim da noite desta segunda-feira (12) que, em caso de derrota nas urnas, vai passar a faixa presidencial para o vencedor e, em seguida, vai se “recolher”.

Ele fez a declaração em entrevista aos podcasts cristãos Dunamis, Hub, Felipe Vilela, Positivamente, Luma Elpidio e Luciano Subirá.

“Se for a vontade de Deus, eu continuo. Se não for, a gente passa aí a faixa e vou me recolher. Porque, com a minha idade, eu não tenho mais nada a fazer aqui na Terra. Se acabar essa minha passagem pela política, aqui. Obrigado a todos”, afirmou o presidente.

“Eu dei uma aloprada, sim. Eu perdi a linha”, diz Bolsonaro

Ainda na entrevista, Bolsonaro afirmou estar “arrependido” por ter dito que não é “coveiro”, fazendo referência a uma declaração de abril de 2020, quando fez pouco caso dos mortos em decorrência da Covid-19, no início da pandemia.

O recuo se deu após um dos apresentadores perguntar se o presidente “retiraria” alguma fala que fez no contexto da pandemia. “A questão do coveiro eu retiraria. O ‘jacaré’ foi uma figura de linguagem”, disse o presidente. “Eu dei uma aloprada, sim. Eu perdi a linha. Aí eu me arrependo. Eu parei de falar com a mídia porque os caras batiam na tecla o tempo todo e eu percebi que queriam me tirar do sério”.

Apesar da mea-culpa, Bolsonaro voltou a defender os tratamentos sem comprovação científica contra a doença e criticar a política de lockdown, ou restrição total, durante a pandemia.

Pesquisa Ipec mostra Bolsonaro estagnado após o 7 de Setembro

Bolsonaro fez as declarações logo após a divulgação da mais recente pesquisa Ipec (ex-Ibope) de intenção de voto para presidente. Ela mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 46%, contra 31% de Bolsonaro. Enquanto isso, abaixo dos dois, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 7% e Simone Tebet com 4%.

Em relação ao levantamento anterior, Lula oscilou dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Antes, tinha 44%. O presidente Bolsonaro se manteve com o mesmo percentual. 

A campanha do presidente esperava um desempenho melhor após os atos do 7 de Setembro, que tiveram tom de campanha, com Bolsonaro e aliados discursando em carros de som para multidões de apoiadores reunidos em Brasília e no Rio de Janeiro.

O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes