Eleições 2022

Bolsonaro sobre convocação de embaixador no Chile: 'Mostrar insatisfação comigo'

Embaixador do Brasil no Chile foi convocado a dar explicações após declarações de Bolsonaro contra Gabriel Boric, a quem acusou de 'queimar o metrô' nos protestos de 2019


Publicado em 30 de agosto de 2022 | 13:42
 
 
 
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O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, afirmou que o ato do governo do Chile de convocar o embaixador do Brasil no país sul-americano foi uma forma do presidente chileno, Gabriel Boric, mostrar a insatisfação que tem com ele. O mandatário reforçou que falou "a verdade" e criticou a carta democrática chilena.

"O presidente do Chile acabou de chamar o embaixador, a maneira que ele tem que mostrar insatisfação comigo. Se eu exagerei ou não, não deixei de falar a verdade. A Constituinte do Chile vai na contramão do que qualquer país democrático quer. Isso é problema deles", afirmou.

A convocação aconteceu depois de declarações de Bolsonaro no debate presidencial de domingo (28) contra Boric, a quem acusou de “queimar o metrô” nos protestos de 2019. Nos protocolos diplomáticos, convocar um embaixador para esclarecimentos é uma forma de sinalizar descontentamento.

Nesta terça-feira (3), Bolsonaro falou em um evento de campanha em Brasília (DF) com empresários dos setores de comércio e serviços. Ele continuou a crítica ao Chile ao afirmar que o "o cidadão lá", em referência a Boric, "teve apoio do cara aqui do Brasil", em referência ao candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.

"Assim como um cidadão da Argentina visitou o cara na cadeia e depois se elegeu presidente. Assim como o cidadão da Colômbia recebeu vídeo daqui do cara fazendo campanha", acrescentou, questionando "pra onde essas pessoas estão levando seus países?".

Para Bolsonaro, se Lula voltar a comandar o governo federal, "muita gente escondida vai voltar também". "Não vai votar o Chaves, Maduro, Fidel Castro. Mas volta Ortega, volta Mujica. Volta essa gente toda para cá”, disse, indicando que o petista usava dinheiro público brasileiro, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para "financiar ditaduras pelo mundo".

"A gente não tem como comprovar, mas suspeita que tem dinheiro chegando ao Brasil pela fronteira. Eu gostaria de pegar um contêiner chegando de dinheiro pela fronteira pra gente até botar um equilíbrio na questão eleitoral no nosso país. Nós não queremos partir para essa linha. O que está em jogo aqui, é algo mais sagrado do que a própria vida e nós temos que mostrar o que está acontecendo do nosso lado", frisou.

Bolsonaro voltou a pedir "eleições limpas e transparentes" e a atuação das Forças Armadas no processo eleitoral. Ele afirmou que os militares foram "convidados" pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, se tiver mudado de ideia, pode revogar a portaria que criou a Comissão de Transparência Eleitoral. "Eleições transparentes, limpas, ninguém deve contestar", completou.

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