O candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) criticou, nesta segunda-feira (12), a possibilidade de as Forças Armadas realizarem uma apuração paralela à do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições deste ano.
Segundo informação do jornal Folha de São Paulo, vão ser destacados militares para conferir 385 boletins de urna, mas o TSE negou que tenha feito qualquer acordo do tipo.
Em uma palestra no Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), em São Paulo, Ciro Gomes afirmou que o Brasil está se igualando a “republiquetas”.
“Isso vai nos transformando gradualmente naquilo que o preconceito internacional chama de república de banana. Quando você começa a dar prevalência a determinados grupos e que a Constituição não atribui a eles essa responsabilidade, você vai se igualando a essas republiquetas que são guiadas e dirigidas por tiranetes ou por ditadores corruptos como a Nicarágua e a Venezuela”, disse.
Segundo o candidato do PDT, as Forças Armadas não deveriam ter “nada a ver” com apuração das urnas.
“O papel das Forças Armadas é a defesa nacional. É a capacidade que o país tem de dizer ‘não’ e de se fazer respeitado. [...] O que têm a ver as Forças Armadas acompanhando a apuração de urna? Infelizmente é isso, é o Bolsonaro apodrecendo as instituições brasileiras”.
O TSE afirma que os militares poderão consultar os boletins de urna nas eleições 2022 assim como quaisquer cidadãos, tal qual acontece em todas as eleições.
No mesmo evento, Ciro foi perguntado sobre quem apoiaria em um eventual segundo turno entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e indicou que não pretende apoiar nenhum dos postulantes.
“Eu não voto em dois camaradas que venderam o Brasil para a banqueirada. Eu não voto em quem destruiu a confiança do nosso povo no nosso futuro. Não há a menor chance”.
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