O ativista ambiental e candidato a deputado estadual Felipe Gomes (PDT) foi liberado, na noite desta segunda-feira, após ficar preso no Juizado Especial Criminal. Ele foi preso pela Polícia Militar de Minas Gerais, durante a manhã, por ter se manifestado contra o governador Romeu Zema (Novo), em agenda no Barreiro, em Belo Horizonte.
Ao deixar o juizado, na noite desta segunda, o ambientalista foi recebido por militantes e ativistas ambientais que estavam no local à espera da liberação dele.
Um vídeo divulgado pela vereadora e candidata a deputada federal Duda Salbert mostra o momento da saída de Gomes. Bastante emocionado, ele foi abraçado por ambientalistas e indígenas que o aguardavam.
Emocionante a saída do ambientalista Felipe Gomes, após ter sido preso por defender a Serra do Curral e criticar Zema.
— Duda Salabert 1212 (@DudaSalabert) September 5, 2022
Segundo @ahelixo, a PM o deixou por + de 4h algemado no camburão, quebrou seu megafone, apagou os arquivos de seu gravador e o impediu de ligar p/ advogada pic.twitter.com/FAiDy7d6nu
Segundo Gomes ele ficou preso no camburão por mais de quatro horas sem poder se comunicar com seus advogados e com sua família. Ao sair da prisão, ele contestou a versão da Polícia Militar.
"O boletim de ocorrência que os policiais fizeram, totalmente diferente do que vocês viram nos vídeos. Eles quebraram meu megafone, me deixaram por cerca de umas quatro horas algemado dentro de uma viatura. Eu o tempo inteiro pedindo para ligar para as minhas advogadas, não permitiram. Mas é isso. Não nos calarão de forma nenhuma", disse o ambientalista.
Ele contestou também a versão dada pela PM de que os policiais foram agredidos por ele.
"Queria saber como eu, nessa caixa toda aqui (em referência ao seu corpo) iria agredir seis policiais. Devo ser nija, né. E outra, falaram que o policial pediu com delicadeza meu megafone. Vocês viram nos vídeos a delicadeza né?", contestou.
Prisão
Antes de ser preso, Felipe Gomes gritava no megafone que estava “em defesa da Serra do Curral”. Ele foi repreendido por seguranças de Zema, que quebraram o aparelho dele enquanto tentavam tomá-lo.
Em seguida, o candidato a deputado estadual foi abordado por policiais militares, imobilizado por cinco deles e levado para dentro de um carro da Polícia Militar. Durante a imobilização, Gomes reclamou que estava sendo machucado pelos policiais enquanto questionava o motivo da sua prisão.
Depois de mais de uma hora do ocorrido, Gomes foi encaminhado para uma UPA porque teve ferimentos devido à ação da Polícia Militar.
O que diz a PM
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que "foi acionada por um proprietário de um estabelecimento comercial no Barreiro, em Belo Horizonte, dando conta de que o indivíduo conduzido realizava perturbação do trabalho. Segundo o proprietário, por diversas vezes, foi solicitado ao indivíduo que se retirasse do local".
Ainda segundo o comunicado, os policiais tentaram "parlamentar com o indivíduo, que insistiu na desobediência e resistiu, ativamente, à abordagem, resultando, inclusive, em lesões nos policiais militares".
Por fim, a PM informou que "o indivíduo foi conduzido para atendimento médico, não sendo verificadas lesões decorrentes da abordagem policial".