O candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, defendeu uma presença maior do Estado na economia ao discutir com o empresário Flávio Rocha, dono do grupo Riachuelo. Nesta segunda-feira (22), ele participou de um encontro com varejistas no Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, em São Paulo.
No evento, Ciro foi questionado por Flávio Rocha, que chamou de “pesadelo” a intervenção do Estado sobre o mercado e defendeu o estado mínimo. O pedetista respondeu dizendo que todos os países desenvolvidos cresceram com forte investimento estatal em infraestrutura.
“Me responda, qual foi a nação do planeta Terra que lançou sua infraestrutura sem investimento do governo? Qual nação atingiu qualquer que seja o nível de maturidade tecnológica sem a presença pioneira do Estado?”, questionou.
Flávio Rocha interrompeu, afirmando que nos Estados Unidos, a participação do Estado foi mínima. Logo depois, Ciro retrucou.
“Você não ouviu o que eu falei? Isso aqui se chama celular, quem criou foi o DARPA, uma agência estatal americana. Quem criou a internet que estamos usando aqui foi o exército americano. Toda a tecnologia, toda a robótica é complexo industrial militar americano. Tudo isso está muito bem difundido pra iniciativa privada, mas nenhum domínio nem na química, nem na biologia, nem na farmácia, nem na mecânica, foi feito pela iniciativa privada.”
Em seguida, o empresário questionou Ciro sobre a vacina da Pfizer para a covid-19. De acordo com o candidato, a pesquisa para desenvolver o imunizante também foi financiada pelo governo americano.
“Tu não sabe não, que quem pagou a pesquisa da covid-19 foi o estado americano? Por favor, Flávio, desintoxica. Vamos raciocinar juntos. Você acabou de citar a vacina, a vacina foi feita com inversão poderosa do tesouro americano”, afirmou.
No encontro, Ciro Gomes ainda defendeu uma reforma tributária, com a criação de um imposto sobre grandes fortunas. A ideia é criticada por setores do empresariado e foi classificada por Flávio Rocha como ultrapassada.
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