Eleições 2022

Com 3% dos votos, Ciro Gomes tem seu pior resultado em eleições

Ao fim das eleições, o candidato foi classificado por setores da esquerda e do petismo como “linha auxiliar de Bolsonaro


Publicado em 02 de outubro de 2022 | 21:29
 
 
 
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O candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, terminou a disputa em 4º lugar, com 3,05% dos votos. Este foi o pior resultado que o pedetista já obteve em uma corrida ao Palácio do Planalto.

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Até aqui, sua votação mais baixa havia sido na primeira vez em que se candidatou, em 1998, pelo PPS, quando obteve 10,97% dos votos, em 3º lugar. Quatro anos depois, pelo mesmo partido, teve 11,97%, dessa vez ocupando a 4ª posição. Em 2018, já filiado ao PDT, conseguiu seu melhor desempenho, repetindo o 3º lugar com 12,47%.

A baixa votação de Ciro em 2022 é resultado da forte polarização entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) e do aumento da rejeição do pedetista, sobretudo entre o eleitorado de esquerda, que votou em peso no petista.

Para a campanha deste ano, Ciro Gomes adotou como estratégia um tom mais duro que o habitual nas críticas a Lula e ao PT. O ex-governador do Ceará começou com falas como “Lula é o maior corruptor da história brasileira” e foi subindo o tom, chegando a dizer que os petistas praticam um “fascismo de esquerda”.

Dessa forma, eleitores ligados ao lulismo que nutriam alguma simpatia a Ciro passaram a rejeitá-lo. Ao mesmo tempo, a nova tática não rendeu votos no eleitorado à direita, devido à ligação histórica do candidato com a centro-esquerda e ao seu plano de governo, com propostas que têm a resistência de setores como o mercado financeiro.

Ao fim das eleições, o candidato foi classificado por setores da esquerda e do petismo como “linha auxiliar de Bolsonaro”. Os críticos citam o fato de ministros e aliados do presidente terem compartilhado algumas de suas publicações com ataques a Lula.

Outro fator que complicou a caminhada de Ciro, pela segunda eleição consecutiva, foi a dificuldade em firmar alianças. O PDT se viu em uma chapa puro-sangue, fazendo com que a vice fosse do mesmo partido - a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos. Com isso, Ciro ficou com apenas 53 segundos de tempo de TV, contra mais de 2 minutos dos adversários. 

Situação no Ceará

A campanha de Ciro Gomes também foi marcada por desentendimentos com seus irmãos, o senador Cid Gomes (PDT-CE) e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT), no Ceará, seu principal reduto eleitoral.

O rompimento se deu quando o PDT escolheu Roberto Cláudio para disputar o governo estadual. A opção decretou o fim de uma aliança de 16 anos com o PT no estado, pois os petistas apoiavam o nome da atual governadora Izolda Cela (PDT), que foi vice do ex-governador Camilo Santana (PT), hoje candidato ao Senado.

Segundo o pedetista, as feridas que resultaram do conflito ainda não foram cicatrizadas, a ponto de ele ter decidido apenas de última hora que encerraria sua campanha em terras cearenses.

“A facada ainda tá doendo muito aqui. A ferida tá aberta, tá sangrando nesse momento. Dói pra valer. [...] Não fiz campanha lá por isso, porque tá doendo”, disse, no dia 27 de setembro, em sabatina ao Jornal da Record.

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