Pesquisa

DATATEMPO: João Marcelo dispara em Nova Lima e soma 75,8% dos votos

Prefeito é seguido por Vitor Penido (PL), com 12,5%, e por Jobert Jobão (PT), que tem 2,4%

Por Gabriel Ronan
Publicado em 30 de abril de 2024 | 06:00
 
 
 
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A primeira rodada da pesquisa do instituto DATATEMPO sobre as eleições de outubro em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, mostra um amplo favoritismo do atual prefeito, João Marcelo (Cidadania). Além do atual chefe do Executivo, o levantamento testou os nomes do ex-prefeito Vitor Penido (PL) e do eletricista Jobert Jobão (PT). No cenário estimulado, no qual o pesquisador apresenta ao entrevistado uma relação de pré-candidatos, João Marcelo soma 75,8% das intenções de voto. Ele é seguido por Vitor Penido (PL), com 12,5% da preferência do eleitorado. Jobert Jobão (PT) tem 2,4%. Brancos e nulos totalizam 6,5%, enquanto 2,7% são os que não sabem ou não responderam ao questionamento.

Ainda nesse comparativo, quando se consideram apenas os votos válidos – excluindo brancos, nulos e os indecisos –, João Marcelo alcança 83,6% das intenções de voto. Vitor Penido tem 13,8% dos votos válidos, e Jobert Jobão, 2,6%. Com número de eleitores menor que 200 mil, a cidade não atende o critério da Justiça Eleitoral para a realização de um segundo turno.

Espontânea. O DATATEMPO também apurou o cenário espontâneo, quando o eleitor diz em quem votaria para prefeito sem ter acesso a uma lista de pré-candidatos. João Marcelo também lidera nesse cenário, com 65,8% das citações. 

Os outros dois concorrentes não ultrapassam, juntos, a marca dos 4 pontos percentuais: Vitor Penido tem 3,3%, enquanto Jobert Jobão sequer é lembrado. Aqueles que não sabem ou não responderam são 24,7% do total, enquanto os brancos e nulos totalizam 5,3% das citações. O ex-prefeito Carlinhos Rodrigues (PT) registra 0,4%.

“É possível observar que o atual mandatário demonstra um considerável favoritismo para a eleição de prefeito em Nova Lima. Ele mantém uma vantagem em ambos os cenários, mas o fato de ser mencionado espontaneamente por 65,8% dos entrevistados indica um forte apoio inicial, sem influência de sugestões externas, como a apresentação dos nomes dos candidatos. Isso sugere um favoritismo ainda mais robusto”, analisa a doutora em ciência política e coordenadora de pesquisa do instituto DATATEMPO, Audrey Dias.

Aos 32 anos, João Marcelo está em seu primeiro mandato na Prefeitura de Nova Lima. Em 2020, ele venceu a disputa pela chefia do Executivo, com 38,21% dos votos válidos. Antes, ele tinha sido vice-prefeito na gestão do hoje adversário Vitor Penido na cidade, quando ainda integrava o PSDB. Em 2012, João Marcelo se candidatou a vereador da cidade pelo PPS (hoje Cidadania), mas não obteve sucesso.

João Marcelo é, atualmente, vice-presidente do diretório estadual do Cidadania em Minas Gerais. A legenda está federada com o PSDB. Na composição de forças atual, a gestão de João Marcelo tem maioria na Câmara Municipal de Nova Lima, mas seu partido perdeu uma parlamentar recentemente. A vereadora Juliana Sales (PT), eleita pelo Cidadania na disputa de 2020 e que fazia oposição à prefeitura, assinou a desfiliação da agremiação do prefeito em março, durante a janela partidária (período previsto na legislação eleitoral para que os vereadores possam mudar de partido sem sofrer punição). 

Ex-prefeito de Nova Lima por seis mandatos, Vitor Penido é pecuarista e empresário. Ele chegou a ser deputado federal pelo antigo DEM, que se tornou União Brasil ao se fundir com o PSL em 2022. Em 1994, Penido também foi candidato a vice-governador de Minas Gerais na chapa do ex-ministro Hélio Costa, mas perdeu o pleito para a chapa liderada por Eduardo Azeredo (PSDB). 

Eletricista, Jobert Jobão disputa a eleição para a Prefeitura de Nova Lima pela segunda vez. Em 2020, quando concorreu pela UP, ele ficou em último lugar no pleito, com 1,45% dos votos válidos. O pré-candidato tem 41 anos. 

Rejeição do prefeito não chega nem a 5%

O DATATEMPO também mediu a rejeição dos pré-candidatos de Nova Lima. Nesse levantamento, o pesquisador pergunta ao eleitor em qual dos nomes colocados ele não votaria de jeito nenhum. Conforme a pesquisa, Jobert Jobão é o mais rejeitado, tendo sido citado por 37,1% dos entrevistados. Em segundo lugar, aparece Vitor Penido com 33,3%. Outros 13,5% não rejeitam nenhum pré-candidato, e 4,7% rejeitam todos. O atual prefeito João Marcelo tem rejeição de 4,5%, enquanto 6,9% dos entrevistados não responderam ou não souberam responder.

A rejeição chama a atenção porque é um dos fatores mais desafiadores na campanha política. Ao mesmo tempo em que lidera as intenções de voto, João Marcelo é bem menos rejeitado que seus concorrentes, o que amplia seu favoritismo. Vale lembrar que Jobão e Penido, por serem políticos do PT e do PL, respectivamente, levam para suas pré-campanhas as rejeições que essas siglas têm por causa da polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL). 

Prefeito ganha em todas as estratificações do levantamento

Os pesquisadores estratificaram a pesquisa DATATEMPO por sexo, idade, escolaridade, regional administrativa e renda. Em todos os cenários, o prefeito João Marcelo lidera a disputa. As maiores vantagens do prefeito estão entre as mulheres (75,9%); a população entre 25 e 34 anos (82%); os mais ricos (78,7%), que ganham acima de cinco salários mínimos (mais que R$ 7.060); aqueles com ensino superior incompleto ou completo (81,4%); e os moradores da regional Noroeste (80%), área sem os condomínios de luxo da cidade.

Apesar de vencer também nesse recorte, o pior desempenho de João Marcelo acontece entre os moradores com formação educacional inferior. Entre aqueles que têm até o fundamental completo, ele soma 69,5% das intenções de voto, seguido por Vitor Penido com 17,1%, e Jobert João, com 3,7%. 

Registro. A pesquisa DATATEMPO foi contratada pela Sempre Editora. Foram realizadas 550 entrevistas domiciliares, entre 19 e 22 de abril. A margem de erro é de 4,17 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TRE-MG é 06142/2024. 

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