Aos apoiadores na praia em Copacabana, no Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou políticos e governos de esquerda. Na tarde desta quarta-feira (7), ele citou indiretamente o ex-presidente Lula (PT), seu concorrente ao Planalto nas eleições deste ano. 

“Compare o Brasil com outros países da América do Sul, como a Argentina, a Venezuela e a Nicarágua. Em comum, eles têm nomes que são amigos do quadrilheiro de nove dedos, que disputa a eleição”, afirmou. 

E continua: “Não é voltar à cena do crime. Esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública”. O presidente repetiu grande parte das declarações feitas mais cedo em Brasília, quando esteve em desfile cívico-militar em comemoração ao Bicentenário da Independência. 

Bolsonaro já havia exaltado os ministros que compõem seu governo e defendido que não há corrupção. Agora, no Rio, ele repete que “isso não é virtude, é obrigação”, mas ignora episódios polêmicos da sua gestão.

Acenos ao eleitorado

O chefe do Executivo e candidato à reeleição focou seu discurso em acenos para o eleitorado, seguindo um script já conhecido. Bolsonaro voltou a criticar a imprensa e a política econômica do “fica em casa”, em referência ao período mais crítico da pandemia de coronavírus. 

Com mote de “Deus, pátria e família”, afastou qualquer possibilidade de legalizar o aborto e drogas. “Sabemos que o Estado é laico, mas seu presidente é Cristão. Defendemos a vida desde a concepção. Não existe a ideia de legalizar o aborto”, declarou. 

O presidente também pediu votos, sugeriu que os eleitores vejam a vida pregressa dos candidatos, mas afirmou que os eleitores sabem o que fazer para o Brasil seguir "no caminho em que está".

"Vocês sabem também que hoje temos um governo que acredita em Deus, que respeita os policiais e militares. Sabem que esse governo defende a família brasileira. E, o que é mais importante, é o governo que deve lealdade ao seu povo. Eu irei para onde vocês apontarem. Tenha certeza que teremos um governo muito melhor com a nossa reeleição, com a graça de Deus", completou.

Apoiadores participaram de uma motociata momentos antes. 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o presidente do STF, ministro Luiz Fux, foram convidados, mas não compareceram.

Desfile em Brasília 

Pela manhã, Bolsonaro recebeu para um café da manhã ministros, aliados e empresários, incluindo alvos de busca e apreensão por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Um dos empresários é Luciano Hang, dono das lojas Havan, que esteve nos palanques ao lado do presidente.

Depois, participou do desfile cívico-militar e adotou tom ameno no discurso. Não fez ataques ou criticou ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Supremo Tribunal Federal (STF), como já havia feito outras vezes.  

O presidente disse que usará a eleição para trazer "todos" para jogar dentro das quatro linhas da Constituição, em referência aos demais Poderes. O evento em Brasília contou com a presença do general Braga Netto (PL), candidato a vice na chapa de Bolsonaro.

Em sua próxima agenda nesta quarta, Bolsonaro pretende ir ao estádio do Maracanã. Lá, vai assistir ao jogo em que o Flamengo enfrenta o Vélez Sarsfield na semifinal da Libertadores. 

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