O PT tem que defender o legado deixado pelo partido em Minas Gerais. Essa é a posição do candidato a presidente da República, Lula (PT), que exaltou as medidas e ações feitas pelo governo federal no Estado quando ele era presidente, mas reconheceu, ainda que nas entrelinhas, problemas enfrentados pela administração Fernando Pimentel (PT).
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“Se o Pimentel, que foi um extraordinário prefeito (de Belo Horizonte), não conseguiu ser um extraordinário governador porque encontrou situações adversas, sobretudo no campo da economia, é o PT que tem que se defender, que tem que se explicar”, declarou Lula (PT) em entrevista exclusiva ao quadro Café com Política, do Super N 1ª Edição, programa da rádio Super 91,7 FM.
Sobre a gestão do ex-governador Pimentel, o candidato à presidente Lula (PT) disse que quem tem que defender essa gestão é o PT . Ele ainda ressaltou que o governador Zema "está muito a vontade" porque não tem pagado a dívida federal pic.twitter.com/XtTlytmhsi
— O Tempo (@otempo) August 17, 2022
“O povo de Minas Gerais sabe o que foi feito em Minas quando eu fui presidente da República, mesmo com o (então) governador Aécio sendo oposição. Eu nunca faltei com Minas Gerais porque eu nunca me preocupei com o governador. Sempre me preocupei com o povo”, acrescentou o petista.
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Candidato a governador, Alexandre Kalil (PSD) se aliou a Lula e ao PT nessas eleições. Uma das principais estratégias da campanha de reeleição do atual governador Romeu Zema (Novo) é explorar a aliança feita pelo adversário e comparar a gestão Pimentel com o atual governo do Partido Novo.
Pimentel, único integrante do PT a governar Minas Gerais na história, deixou o Palácio Tiradentes com atraso nos repasses para as prefeituras mineiras, parcelamento do salário dos servidores e sem pagar o 13º salário referente a 2018, último ano de seu governo. Na eleição há quatro anos, ele não conseguiu sequer ir para o segundo turno.
Zema, ao longo de sua administração, fechou acordos com as prefeituras para quitar os repasses atrasados e conseguiu colocar fim ao parcelamento dos salários do funcionalismo. Esta última medida foi possível após o governo de Minas vender os direitos para operar a folha de pagamento do Estado por R$ 2,4 bilhões, o que deu fôlego ao caixa estadual.
Após a publicação desta reportagem, a assessoria de Pimentel, que é candidato a deputado federal, afirmou que o que permitiu o fim do parcelamento dos salários não foi a venda da folha de pagamento, mas sim a suspensão do pagamento da dívida obtida na administração do ex-governador.
Segundo Lula, Zema está “muito à vontade” porque teve mais dinheiro à disposição do que qualquer outro governador de Minas, já que não está pagando a dívida com a União, que gira em torno de R$ 150 bilhões, e fechou acordos.
Embora não tenha sido explícito, o petista aparentemente se referiu ao acordo de R$ 37,7 bi do governo de Minas com a Vale a título de reparação pelo rompimento da barragem em Brumadinho.
“Ele sabe que está gastando o dinheiro e não está pagando a dívida que ele tem”, disse Lula sobre Zema. “Nós temos que mostrar o seguinte: o que o atual governador fez de obra de infraestrutura para melhorar Minas Gerais? O que ele fez na educação, na geração de empregos? É isso que vai estar em disputa e é isso que o Kalil tem que disputar aos olhos e aos ouvidos do povo mineiro”, afirmou o petista.
Assista a entrevista de Lula ao Café com Política na íntegra: