COSTURAS

Parceria ‘Fiemg-Bolsonaro’ pode levar Flavio Roscoe a ministério

Considerando uma eventual reeleição de Jair Bolsonaro (PL), o presidente da entidade empresarial é aliado de primeira hora e bem visto para ocupar pasta com atribuições que hoje estão no Ministério da Economia


Publicado em 11 de outubro de 2022 | 16:00
 
 
 
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A proximidade de Jair Bolsonaro (PL) com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flavio Roscoe, reavivou nesta semana a chance de o dirigente mineiro ocupar uma vaga em um eventual ministério no segundo mandato do presidente. Nos bastidores, a pasta escolhida para abrigar Roscoe seria o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que existiu pela última vez em 2016, recriado pelo presidente Michel Temer (MDB). Atualmente as funções da pasta estão incorporadas no Ministério da Economia, com o superministério de Paulo Guedes. 

Em pelo menos duas oportunidades, Bolsonaro já prometeu ressuscitar a pasta, mas o tema ganhou força novamente desde que Flávio Roscoe passou a articular a campanha de reeleição do presidente em Minas Gerais com muito mais força no segundo turno da disputa presidencial. Além de atuar, nos bastidores, para tentar uma aproximação com o Partido Novo ainda no primeiro turno em Minas Gerais, o presidente da Fiemg tem atuado, agora,  como “capitão” da estratégia de aumentar a visibilidade de Bolsonaro em Minas Gerais. No dia seguinte ao primeiro turno das eleições, estava ao lado do presidente no Palácio do Planalto para selar o apoio do governador Romeu Zema (Novo) ao presidente. Depois, Roscoe foi o ‘cicerone’ da passagem de Bolsonaro por um evento que angariou apoios de prefeitos na capital mineira na última semana. 

Ainda neste ano, em sua posse na Fiemg, Roscoe ‘cantou a pedra’ sobre o desejo de ter um ministério. “Nos bastidores, eu fiz uma demanda para o presidente apoiado pela bancada federal e falei ‘presidente, não é mais possível a indústria não ter seu ministério’”, afirmou à época, seguido de um afago de Bolsonaro, ainda no palco, e a confirmação do presidente de que iria recriar o ministério. 

A parceria Roscoe-Bolsonaro tem ainda outros capítulos que fizeram aumentar o apreço do presidente pelo empresário. Em 2021, ele encabeçou uma carta com críticas ao Supremo Tribunal Federal alegando "cerceamento à liberdade de expressão no país" provocado por "posicionamentos do Poder Judiciário". Um ano depois, voltou à carga nas críticas à corte, atacada constantemente por Bolsonaro, ao falar sobre a operação da Polícia Federal que investigou oito empresários que defenderam um golpe de Estado no País, caso o presidente Jair Bolsonaro perdesse a disputa pela reeleição.

Roscoe nega

Em nota divulgada à imprensa, a Fiemg afirmou que Flávio Roscoe pleiteou a recriação do Ministério da Indústria, mas declarou que “não procede” a informação de que ele poderá se tornar ministro da pasta em um eventual segundo mandato de Jair Bolsonaro (PL).

“O presidente Flávio Roscoe acaba de ser reeleito para o segundo mandato, de 03 anos, e este é o seu foco. Seguir à frente da entidade buscando a melhoria do setor produtivo mineiro, que beneficia nosso estado e, consequentemente, a vida de toda sociedade”, disse a Fiemg, por meio de nota.

Durante o atual mandato de Bolsonaro, apenas dois mineiros foram alçados ao cargo de ministro. O primeiro foi o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, que assumiu o ministério do Turismo, mas foi exonerado em dezembro de 2020.

O outro é o atual ministro da Agricultura, Marcos Montes. Ele assumiu a pasta após a titular, Tereza Cristina, deixar o cargo em abril para disputar o Senado pelo Mato Grosso do Sul. Ex-prefeito de Uberaba e ex-deputado federal, Montes atuava como secretário-executivo da pasta desde o início do governo, em 2019.

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