Em prisão domiciliar, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) proferiu ofensas em vídeo contra a ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No conteúdo, divulgado na sexta-feira (21), ele compara a ministra com uma "prostituta" e a chama de "bruxa de Blair".
“Estou indignado. Não consigo. Fui rever o voto da Bruxa de Blair, da Cármen ‘Lúcifer’ na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo. Não dá para acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas, né? Que viram pro cara e dizem ‘ih benzinho, no rabinho? Nunca dei o rabinho", declarou Jefferson.
A publicação do petebista ocorreu depois de a ministra votar a favor de punir a Jovem Pan por "divulgação de ofensas e fatos sabidamente inverídicos contra o candidato Luiz Inácio Lula da Silva"
Jefferson está em prisão domiciliar desde agosto de 2021 por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura atuação de uma organização criminosa contra a democracia.
TSE e entidades repudiam caso
Depois da declaração do ex-deputado, o Tribunal divulgou uma nota repudiando "a covarde e abjeta agressão desferida" contra a ministra.
A Corte informou ainda que tomará todas as providencias institucionais necessárias "para o combate a intolerância, a violência, o ódio, a discriminação e a misoginia que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da democracia"
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) também divulgou uma nota de repúdio contra os ataques do política a magistrada.
"O Estado Democrático de Direito não admite que os magistrados e magistradas sofram ameaças em decorrência do exercício da atividade jurisdicional, sobretudo se proferidas em meio a discursos de ódio eivados de preconceito e discriminação", diz trecho do documento.
A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça (Anamatra) foi outra entidade que repudiou a agressão sofrida pela ministra. "A Anamatra expressa a solidariedade e reafirma a defesa do Estado Democrático de Direito, da independência do Poder Judiciário, das decisões judiciais e da mulher brasileira, como digna de direitos, de vida, de honra, de reconhecimento e de igualdade.
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