Eleições 2022

TSE proíbe PT de usar vídeo vinculando Bolsonaro ao canibalismo

Ministro considerou haver descontextualização de fala do presidente ao jornal The New York Times


Publicado em 09 de outubro de 2022 | 10:16
 
 
 
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continue vinculando o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), ao canibalismo em propaganda eleitoral na TV. O ministro Paulo de Tarso Sanseverino acatou um pedido da defesa do atual chefe do Executivo para que uma inserção em que o presidente aparece dizendo que comeria carne humana seja retirada do ar. A decisão é liminar e tem efeito imediato. Posteriormente, o plenário do TSE se debruçará sobre o tema.

Desde o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, no fim da semana passada, a campanha de Lula tem exibido trechos de uma entrevista de Bolsonaro ao jornal The New York Times, em 2016, em que o presidente fala sobre a participação em um ritual indígena. No vídeo, o presidente fala que, quando esteve na selva a serviço das Forças Armadas, teve contato com uma tribo que praticava o canibalismo. Ele afirmou que ao saber que os índios cozinhavam por dois dias um integrante da tribo que faleceu e comiam com banana, quis ver como era. Ao ser avisado de que para participar da cerimônia teria também que comer carne humana, Bolsonaro disse que toparia fazê-lo, mas outros integrantes da comitiva não quiseram e, por isso, ele não participou do ritual.

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino considerou, porém, que haveria descontextualização ao exibir apenas um trecho da fala. "Na forma em que divulgadas as mencionadas falas do candidato Jair Messias Bolsonaro, retiradas de trecho de antiga entrevista jornalística, há alteração sensível no sentido original de sua mensagem, porquanto sugere-se, intencionalmente, a possibilidade de o candidato representante admitir, em qualquer contexto, a possibilidade de consumir carne humana, e não nas circunstâncias individuais narradas no mencionado colóquio, o que acarreta potencial prejjuízo à sua imagem e à integridade do processo eleitoral que ainda se encontra em curso", disse Paulo de Tarso Sanseverino.

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