O Brasil atingiu o maior número de inadimplentes da sua história. Segundo a Serasa Experian, 77,8 milhões de consumidores estão com o nome negativado, superando o recorde anterior registrado em abril de 2025. Entre as empresas, o cenário também preocupa: 7,5 milhões de CNPJs acumulam R$ 177 bilhões em dívidas.

Para a educadora financeira Aline Soaper, o cenário é resultado de um conjunto de fatores: alta do custo de vida, uso indiscriminado do crédito e falta de organização financeira. “Muitas famílias e empresas não têm reserva de emergência e acabam recorrendo a linhas de crédito caras, como cartão de crédito e cheque especial. Isso cria um ciclo de dívidas difícil de quebrar”, explica.

Apesar dos números alarmantes, Aline Soaper garante que é possível limpar o nome e reorganizar a vida financeira seguindo um plano estruturado. Confira 5 passos essenciais listados por ela abaixo!

1. Faça um check-up financeiro

Faça um check-up financeiro para saber qual seu real custo de vida e qual sua renda real (com todos os descontos no salário). Com base nesse check-up, você analisa se o custo de vida está maior do que a renda. “Se estiver, não adianta tentar resolver a dívida, precisa resolver a questão de reduzir os gastos e aumentar renda”, explica a educadora financeira.

2. Aumente a renda e reduza despesas

Após realizar o check-up financeiro, faça um levantamento de todas as dívidas, separando o valor original, isto é, quanto foi emprestado ou devido no início, do valor atualizado, que inclui juros e multas. Esse diagnóstico mostra quanto você está pagando “a mais” de juros e ajuda a planejar uma negociação mais assertiva.

3. Identifique as dívidas de mais risco

Nem todas as dívidas têm o mesmo impacto. As que envolvem bens essenciais ou de alto valor, como financiamento de imóvel, carro ou taxa de condomínio, devem vir primeiro, pois a inadimplência pode gerar perda do bem ou ações judiciais. Negocie ou mantenha em dia essas parcelas prioritárias antes de direcionar recursos para outras dívidas.

Separar uma quantia todo mês para pagar dívidas de maior custo é estratégia-chave para recuperar o controle financeiro (Imagem: Natee Meepian | Shutterstock)

4. Crie um plano de pagamento para dívidas caras

Após assegurar os compromissos prioritários, reserve um valor mensal, que pode ser de renda extra, para quitar dívidas com juros mais altos, como cartão de crédito, cheque especial ou outros financiamentos. O ideal é atacar uma dívida por vez, começando pela que tem maior taxa de juros. Ao quitá-la, redirecione o valor para a próxima, acelerando o processo.

5. Negocie com cautela e mude hábitos

⁠⁠Não assuma parcelas que não conseguirá pagar nos próximos meses e ajuste seu orçamento para conseguir cumprir todas elas. Venda coisas sem uso para levantar dinheiro e quitar dívidas 1 a 1, não negocie todas e reparcele. Foque em gerar renda para sair do ciclo de endividamento e evite novas dívidas. “Limpar o nome é só o começo. O verdadeiro desafio é manter-se no azul e construir uma relação saudável com o dinheiro“, finaliza Aline Soaper.

Por Yasmin Santos