1ª edição da Feira da Música de Minas tem início nesta segunda

A ideia, na verdade, já vem de algum tempo, embora tenha amadurecido em seu tempo, sem atropelos e precipitações. "A Feira da Música de Minas é um projeto que surgiu há mais de 10 anos, época em que o Programa Música Minas possibilitava a participação de artistas em feiras internacionais de música", conta Lailah Gouvêa, produtora executiva e nome por trás da iniciativa que começa nesta segunda-feira, em versão online, com o objetivo de movimentar a cena musical pensando em perspectivas para o mundo pós-pandemia.  Até sexta-feira, o evento programa palestras, mesas e oficinas. A coordenação e curadoria é de Makely Ka.

Lá atrás, quando a semente do evento foi plantada, Lailah conta que já havia a percepção da existência de um mercado interessado para a música produzida em Minas. "E começamos a pensar nessa possibilidade de uma feira como uma grande vitrine", complementa Makely. "O que faltava eram os caminhos, os contatos, as formas  para fazer essa música chegar nos palcos de outros países", enfatiza.

Nesse período de pandemia, no entanto, eles perceberam que, além de tudo, tirar a ideia do papel soaria como uma saída para a crise enfrentada pelo setor com a paralisação das atividades artísticas presenciais em todo o país por mais de um ano. "Vislumbramos esse mercado internacional, portanto, como uma possibilidade real de manter a carreira e expandir o mercado", fala Makely.  

A grade traz um enfoque especial no quesito internacionalização de carreira. Para tal, foram convidados artistas mineiros que, atualmente, residem em países como Canadá, Espanha, Portugal e Nova Zelândia - caso, por exemplo, da cantora Alda Rezende. "O enfoque na internacionalização da carreira dos artistas é importante em diversos aspectos: a experiência gera um intercâmbio cultural valioso para o artista; possibilita a abertura de mais um campo de trabalho, com remunerações melhores; abre uma nova rede de contatos; e, indiretamente, gera a valorização do artista no país de origem, devido à experiência e reconhecimento internacional", situa Lailah.

A programação traz, ainda, quatro showcases, um por dia de evento, com artistas locais selecionados.  "A curadoria buscou selecionar artistas independentes e de destaque da música de Minas com experiência e perfis adequados para o mercado internacional", diz Lailah. Makely endossa. "Foi feita pensando num recorte dos artistas que melhor representariam a nossa diversidade e qualidade musical. Tentamos contemplar, dentro das nossas limitações, uma variedade de estilos e de linguagens de acordo com o que acreditamos que seria interessante para esse cenário de festivais que programam música do mundo, principalmente na Europa, na América do Norte e na Oceania".

Os shows foram gravados tendo as montanhas de Minas como cenário, assim como a presença de esculturas de artistas como Franz Weissmann, Amílcar de Castro e Nuno Ramos. A produção lembra que, mesmo virtualmente, a Feira da Música de Minas terá estandes virtuais, onde estarão expostos produtos, técnicas e outros saberes relacionados à produção musical. A ideia é que sejam ocupados por produtores, agentes musicais, luthiers, selos, estúdios, distribuidores, escolas de música, entidade ligada à cadeia produtiva da música, editoras, livrarias, produtores, designers, meios de comunicação e pelos próprios artistas. "Futuramente, pretendemos realizar ações presenciais em outras edições, mas manteremos atividades on-line simultaneamente, já que o modo remoto possibilita a participação de pessoas de diversas partes do mundo, o que seria inviável presencialmente nesse momento de crise financeira que atravessamos", conclui Makely, sinalizando que a ideia é que o evento tenha uma edição anual.

Serviço

Feira da Música de Minas

Data: 20 a 24 de setembro

Inscrições para o evento são gratuitas

Transmissão pelo YouTube Feira da Música de Minas