O projeto "Trançar e Contar Histórias – um resgate ancestral" está prestes a transformar a comunidade do bairro Jaqueline, em Belo Horizonte, em um espaço de redescoberta cultural e fortalecimento de identidade. A iniciativa, que faz parte da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e é realizada no Centro Cultural Zilah Spósito, busca promover a estética negra e a ancestralidade afro-brasileira através de oficinas de tranças, rodas de conversa e contação de histórias. 

A ideia por trás do projeto vai além do ensino de técnicas de tranças: é um convite para refletir sobre o papel histórico dessas práticas culturais e a importância de valorizar a identidade negra. A comunicóloga Ana Paula Barbosa, responsável pelo projeto, acredita que ele oferece à comunidade, especialmente a mulheres e crianças negras, um ambiente seguro para a troca de experiências e o fortalecimento de laços afetivos, ao mesmo tempo em que combate o racismo e promove a inclusão social.

Com uma proposta acessível e inclusiva, o projeto também terá intérpretes de libras, garantindo que a comunidade surda possa participar ativamente dos encontros. A oficina, que contará com 20 vagas, sendo dez destinadas a crianças e dez para mulheres, dá prioridade a mães solo, mulheres LGBTQIAP+ e suas filhas, reforçando o compromisso com a diversidade.

“Elaboramos um roteiro para trabalhar o tema junto à comunidade do bairro Jaqueline, região norte de Belo Horizonte, com foco e mulheres e crianças negras, crespas e mulheres LGBTQIAP+ e mães pretas solo”, explica Ana Paula.

Serviço:
- Datas: 14 e 28 de outubro, 11 e 25 de novembro, 9 e 10 de dezembro.
- Horário: Das 9h às 11h.
- Local: Centro Cultural Zilah Spósito (rua Carnaúba, 286, Jaqueline, Belo Horizonte)
- Inscrições via WhatsApp: (31) 99514-6991

 
Perfil de Ana Paula Barbosa

Ana Paula Barbosa é comunicóloga formada em comunicação social por meio do ProUni. Mulher negra e mãe de dois filhos, Bia e Eduardo, Ana encontrou no empreendedorismo social uma maneira de transformar suas vivências e desafios em projetos que impactam a comunidade. A chegada da maternidade foi o ponto de virada em sua trajetória, motivando-a a buscar formas de apoiar outras mães, especialmente no cuidado com cabelos crespos, após uma experiência pessoal marcante com sua filha Bia.

Através de cursos gratuitos e envolvimento com ONGs, Ana se especializou em empreendedorismo social, direcionando seus esforços para causas que promovem a valorização da estética e cultura afro-brasileira. Hoje, seu projeto "Trançar e Contar Histórias – um resgate ancestral", financiado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, é a materialização de seu sonho de fortalecer as raízes culturais afro-brasileiras e fomentar o diálogo em torno da identidade e ancestralidade. Para Ana, esse trabalho representa a filosofia africana Ubuntu: “eu sou porque nós somos.”