Jornalista e apresentadora, a baiana Rita Batista, de 45 anos, admite que é uma mulher de opinião, e garante: “Eu não me furto a uma boa conversa, a um bom debate, a uma boa discussão, tudo sendo balizado pelo respeito”. Talvez seja esse um dos principais motivos que a deixa tão à vontade no sofá do “Saia Justa” - ela integra o elenco da nova temporada do programa do GNT, ao lado de Eliana, Bela Gil e Tati Machado.

“Debater, discutir, para mim, é uma das melhores formas de a gente se entender. E não é convencer o outro do que você acredita para aquele assunto, é justamente o contrário: é respeitar o que o outro lhe traz. O contraditório é sempre rico. Claro, observando os ditames da legalidade”, explicou Rita, que também apresenta o “É de Casa” nas manhãs de sábado da Globo. 

A baiana celebra a oportunidade de participar do “Saia”, um programa que, como a ela mesmo conta, já havia cruzado com a vida dela em outras ocasiões. “O ‘Saia’ tem 22 anos, eu tenho 21 anos de carreira. Eu sempre fui telespectadora do programa, de acompanhar as mudanças de elenco, e agora eu faço parte dessa mudança também”, observou ela, relembrando que foi repórter da atração em 2016.  

Rita frisa que, atualmente, vive um momento de grande realização profissional, com o espaço que tem conquistado na TV. A entrada no “Saia Justa”, neste ano, veio para completar esta fase. O projeto, inclusive, chegou ao mesmo tempo em que a apresentadora celebra dois anos no “É de Casa”, na Globo. “Os dois anos no ‘É de Casa’ foram completados em julho. Eu, Tiago Oliveira, Talitha Morete e Maria Beltrão estamos à frente desse produto que tem cinco horas de duração e está há nove anos no ar. É uma vez por semana, mas são cinco horas, né?”, disse. 

Uma rotina que, segundo ela, exige muito jogo de cintura. “Então, a gente tenta agradar a todos os gostos de público. E como é ao vivo, e a gente tem essa facilidade do minuto a minuto da audiência, então, a gente monta um programa durante a semana para exibir no sábado, mas, a gente vai mudando também ali na hora, a gosto do freguês”, detalhou Rita, exaltando as possibilidades de adaptações em tempo real na atração da Globo. “Sou completamente do ao vivo, e eu acho massa essa dinâmica”, garantiu. 

Por conta dos dois programas, Rita lida, atualmente, com uma agenda profissional atribulada - ou “animada”, como ela mesmo define. “Eu vivo no avião. Eu moro em Salvador, meu DDD é 71”, contou. “E trabalho em São Paulo [onde é gravado o ‘Saia Justa] e no Rio de Janeiro [onde o 'É de Casa’ é gravado]”, explicou ela, acrescentando que essa é uma rotina que se repete toda semana desde agosto. “Como diz minha mãe, eu procurei esses compromissos, eu quis esses compromissos. Então, tá tudo certo”, comentou ela, aos risos.

Representatividade

Com 21 anos de carreira, Rita Batista também já atuou o rádio e outras emissoras de televisão antes de estrear na Globo. Entretanto, a apresentadora e jornalista acredita que ganhou mais visibilidade, de fato, quando estreou na empresa da família Marinho. “Ela tem esse poder de catapultar as carreiras; de fazer com que as pessoas que estão aí caminhando há um tempo, a partir do momento que passam integrar o elenco da TV Globo nos seus variados talentos, sejam conhecidos e façam parte desse emaranhado social, televisivo, brasileiro, tão próprio, tão nosso, né?”, comentou.

“Eu me coloco nesse lugar com muito prazer, com muita felicidade, e com muito compromisso de responsabilidade. Eu sempre tive isso. Isso é doutrinário no meu trabalho, na minha carreira, de saber que a medida que eu vou avançando, as coisas que me fizeram chegar até ali não são as mesmas que me farão seguir adiante. Então, eu preciso me aperfeiçoar, preciso me melhorar, estudar para alçar os novos voos, e, aqueles novos desafios que me serão oferecidos”, refletiu a apresentadora, que destacou, também, a questão da representatividade na TV. 

“Por que não uma representatividade também no audiovisual? É importante, é necessário. A gente sabe que a diversidade é um valor que foi preconizado pela ONU e isso tem cascateado em todas as companhias, na nossa sociedade; equipes mistas são mais valorizadas porque refletem com mais precisão o que a gente quer fazer. A gente quer equidade, a gente quer todas as pessoas tendo sua participação, tendo seu quinhão de participação na nossa sociedade. Então a gente precisa mesmo que os produtos audiovisuais reflitam a nossa sociedade, a nossa sociedade brasileira, com pessoas pretas, com pessoas indígenas…”, afirmou Rita. 

Para a jornalista e apresentadora, é importante que as pessoas se vejam representadas. “Eu sou de uma época que eu queria fazer jornalismo, olhava e não via tantas pessoas iguais a mim, não via tantas mulheres com o mesmo tom de pele, com o mesmo cabelo. Tinha a Glória Maria, a Zileide Silva, a Dulcineia Novaes, mas aí eu falava ‘acho que não cabe mais, acho que não vai dar’. Quando a gente percebe que é possível, a gente se encoraja mesmo. A gente se entusiasma, se empodera e segue o nosso caminho em direção aquilo que a gente quer”, disse ela, que transmite no olhar um brilho, de felicidade e emoção, por hoje poder ser exemplo para outras pessoas.

Livro de mantras

Rita Batista também está na literatura. Ela lançou seu primeiro livro, “A Vida É Um Presente”, neste ano, onde reuniu 111 mantras, muitos deles já compartilhado por ela nas redes sociais. Segundo a baiana, a obra nasceu por “pura pressão” dos seus seguidores. “Quando eu comecei a compartilhar os mantras que eu fazia, as pessoas começaram a pedir ‘ah, tem que reunir isso num livro’”, contou, dizendo que aprendeu a maioria desses mantras “copiando” em seus “caderninhos de oração”. 

A apresentadora revelou que possui uma grande quantidade de mantras testados e aprovados por ela e por seus seguidores na internet, mas nem todos foram incluídos em “A Vida É Um Presente”. “Tem muito mais. É uma seleção dos melhores, dos mais requisitados”, revelou, aos risos.