A gastronomia é um dos destaques do 8º Festival de História (fHist), realizado desde quinta-feira (28), no Palácio das Artes, celebrando os 150 anos da imigração italiana no Brasil.
No evento, aulas-show lideradas pelos chefs Eduardo Batista e Giovana Beliene, docentes da escola do Senac, ensinaram o preparo de pratos que aplicam a tradição alimentar brasileira à dieta mediterrânea, estacionada no Parque Municipal.
Também atraíram o público as demonstrações culinárias realizadas pelos chefs italianos Giuseppe e Massimo Buschini, Angela Daniele e Simone Piranda – alguns deles responsáveis pela cozinha em eventos como os festivais de cinema de Veneza e de Cannes.
Durante as apresentações, variados pratos foram oferecidos ao público, incluindo cinco tipos de pizzas, além de uma especialidade como as montanarine, massa de pizza frita e coberta com molho de tomate e parmesão ou com ricota e pimenta. Entre os pratos principais, foram preparados um trottole de gragnano all’isolotto, um prato vegetariano, e os profumi di cetara, espaguete com colatura de anchovas.
Além dessas atividades, a gastronomia também apareceu como tema em mesas de debate que se desenrolaram durante o evento, como naquela dedicada à influência italiana na produção cafeeira em Minas. Por fim, de forma permanente durante todos os dias do festival, uma feira gastronômica matou a fome dos presentes.
Entre os participantes, ocupando uma das tendas montada no jardim interno do Palácio das Artes, está Marcos Soares, representante da Café Lozano, marca do Sul de Minas, fundada por uma família vinda da Toscana, há mais de 100 anos. “É uma região vulcânica de produção cafeeira”, detalha, dizendo que os grãos vendidos pela empresa têm alta pontuação e características regionais, que acentuam o sabor de chocolate, caramelo e avelã. “Então, trata-se de um café doce e equilibrado”, define. Os produtos são vendidos em duas opções: na categoria especial, com grãos selecionados, o pacote de 500 gramas custa R$ 62,90; e, na categoria gourmet, a embalagem com o mesmo teor sai a R$ 42,90.
Já Bruno Naves, sócio da Frizza, especializada em pizza napolitana frita e outras receitas, participa pelo segundo ano consecutivo da Semana da Cozinha Italiana, realizada pelo Consulado Geral da Itália em Belo Horizonte. “Desta vez, trouxemos um pouquinho de cada produto nosso”, informa. Entre os itens, estão os supplies, que são bolinhos fritos apresentados nas opções de carbonara e de risoto cremoso de limão siciliano e tilápia. Também são vendidos a lasanha a bolonhesa frita e, para a sobremesa, o tiramisu clássico, de café e cacau. Há ainda os limoncellos, que são apresentados em cinco opções, um deles feito conforme a receita tradicional italiana e, os demais, feitos a base de frutas brasileiras.
“E tem ainda as massas secas feitas artesanalmente, modeladas uma por uma, usando apenas gemas, sem uso da clara, de água ou farinha de trigo em sua composição”, detalha, mencionando que a Frizza foi aberta por ele e seu sócio, Rafael Rodrigues Martins, após os dois viverem por três anos e meio na Itália, onde aprenderam as receitas.
Opções de massas são oferecidas também na tenda da marca belo-horizontina Io Amo. “Aqui a gente tem os capelettis, que disponibilizamos para degustação, e trouxemos, para venda, as bandejas de 400 gramas de massas nas opções de espinafre e de ovos. Essas embalagens servem em média seis pessoas e custam R$ 27”, apresenta Thais Diniz, representante da empresa. “Somos uma marca de BH, com unidade no Barro Preto, que foi fundada por uma família originária da região de Rimini, na costa italiana”, cita.
A seu tempo, a ítalo-descendente Christiane Contigli leva para o evento a Aromi di Toscana. “Sou filha da senhora Grazia Massetani, que nasceu em Florença há 90 anos e, com meu pai, veio para Belo Horizonte em 1956”, recorda, orgulhosa da matriarca, que além de psicóloga e professora de italiano, foi a fundadora da empresa alimentícia, que nasceu do desejo de oferecer ao público um pouco da culinária italiana caseira e tradicional – “que tem sido o elemento agregador das nossas confraternizações familiares”.
No fHist ela apresenta produtos que vão do antepasto, patês e conservas, que custam entre R$ 32 e R$ 35, à sobremesa, que custa R$ 15. “Temos a peperonata, que é a conserva de pimentão, a beterraba agridoce, uma receita de família, pesto de manjericão, e o patê toscano, que parece um fuagrá, mas com sabor mais pronunciado”, explica. “Entre as sobremesas temos a torta de ricota com passas, que também é uma receita tradicional da nossa família, e os tiramisu de café e de limão siciliano”, complementa.
Por fim, a loja Vivi di Colori apresenta no festival produtos genuinamente do país peninsular, selecionados por Frederica Arata, sócia do negócio, que é italiana e vive na Itália. “Nós vendemos, em BH, na Savassi, produtos que são novidade e tenham alta qualidade, incluindo luminárias, poltronas e mesas. Para o evento, obviamente, optamos por itens menores, principalmente de cozinha”, explica.
“Focamos em pratos, cafeteiras, abridores de vinho e outras peças”, acresce, indicando que alguns itens são um tanto especiais. “Temos duas parcerias da Dolce & Gabbana com marcas italianas, uma delas com a Fiasconaro, famosa por seus panetones, e a outra com a Bialetti, nossa principal fabricante de cafeteiras”, menciona, destacando também produtos da Alessi, marca de design, que produz itens para uso doméstico.