RIO DE JANEIRO. Com apresentação da cantora paraense Gaby Amarantos e do fotógrafo Bob Wolfenson, mais um vídeo da série “Amazônia: juntos fazemos a diferença”, que será lançado na próxima semana, foi apresentado na noite dessa terça-feira (10), em evento no Rio de Janeiro. A produção, com jeito bem-humorado, apresenta lideranças e iniciativas que buscam preservar a floresta amazônica a partir de projetos pautados pela bioeconomia. A websérie é uma realização da Vale em parceria com a agência Africa Creative.
“Eu acho que exuberância, na Amazônia, é eufemismo”, exalta Wolfenson à certa altura, sensivelmente impressionado com a vivência no território, onde, no início, reconhece ter se sentido um extraterrestre. “Eu sou um fotógrafo de estúdio, de cidade, do que é cosmopolita”, comenta, citando que, ao se entregar ao projeto, decidiu se arriscar. “Fui entendendo que o meu papel era ser a metáfora, como se os filmes levassem pessoas que não se sentem tão conectadas com a floresta, embora a gente, claro, esteja”, menciona ele, que se deixa guiar por Gaby na produção e não esconde as surpresas diante das experiências que vive no lugar.
Vale citar, as trocas entre o fotógrafo e a cantora fluem tão bem que os dois parecem se conhecer de outros Carnavais, ou, talvez, de outros verões amazônicos. Mas, não. “A gente se conheceu ali. E ela foi realmente muito generosa, com seu jeito extrovertido, me pegou pela mão para mostrar aquele lugar, como se, por meio da conversa comigo, ela apresentasse a Amazônia ao mundo todo”, elogia.
Em conjunto, a produção inclui um ensaio fotográfico, a série audiovisual em cinco episódios e o minidocumentário. Completa o leque de produtos um material extra, com bastidores.
Entre as personagens apresentadas na websérie está Ana Lídia, produtora de hidromel amazônico, feito a partir do mel de abelhas nativas, que atuam como polinizadoras da floresta. “Por isso eu não só defendo a floresta, eu multiplico ela. Deve ser por isso que tenho esse brilho nos olhos”, comenta.
No evento de lançamento do conteúdo, realizado no premiado restaurante Rudä, em Ipanema, o hidromel Uruçun, produzido por Ana Lídia, foi usado na composição de um drink, que, como toda a carta de pratos principais e sobremesas oferecidos na ocasião, foi pensado para homenagear a tradição gastronômica paraense.
Para ela, o projeto audiovisual é importante por desmistificar uma ideia de “Amazônia habitada apenas por bichos”. “Tem pessoas, tem pessoas criando tecnologias, por trás de uma indústria de transformação”, cita a empreendedora, que defende maior valorização da produção local.
“A gente paga caro pelo chocolate belga que usa a nossa matéria-prima, mas deixa de valorizar a nossa castanha”, diz, acrescentando que a criação do produto veio de uma lacuna comercial. “No Brasil, só é considerado mel o produto criado pela abelha africanizada. Então esses produtores de mel feito a partir do trabalho das abelhas nativas não tinham para quem vender. Daí começamos a produzir o hidromel”, menciona. Hoje, a bebida é vendida para o Brasil e outros sete países.
A Vale ressalta, no material de divulgação do projeto, que teve como objetivo, ao lançar o conteúdo, ampliar o diálogo sobre sustentabilidade e valorizar a cultura amazônica, inteirando que iniciativa faz parte da estratégia da empresa para fortalecer sua presença na COP 30, que será realizada em Belém, capital paraense, em novembro de 2025. A empresa lembra que atua na região amazônica há quase 40 anos e cita manter frentes de atuação que ajudam a preservar cerca de 1 milhão de hectares de florestas no mundo, sendo 800 mil só no bioma amazônico. Entre os parceiros nessa empreitada está o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
* O repórter viajou a convite do Instituto Cultural Vale