SALVADOR - Foi no cinema em que costumava assistir animações quando criança que o diretor baiano Sérgio Machado acompanhou, nesta quinta-feira (5), a exibição de seu primeiro projeto do gênero: o longa-metragem “A Arca de Nóe”. A produção, inspirada na obra de Vinícius de Moraes, deu o pontapé inicial no VI Animaí - Festival Baiano de Animação e Games, no Cine Glauber Rocha, em Salvador.
“Eu nunca tinha pensado, nem imaginado, fazer uma animação”, confessou Machado em entrevista a O TEMPO. O convite para criar o filme veio de Susana de Moraes, filha do poeta e compositor. Para o diretor, conhecido por obras como "Cidade Baixa", a experiência foi um desafio que valeu a pena. “Eu gosto muito de fazer coisas diferentes do que eu já tinha feito antes. Gosto dessa ideia de me provar e de experimentar novos caminhos”, disse.
A animação conta a história de dois ratinhos: Tom e Vini. Amigos inseparáveis, eles sonham em se tornar artistas reconhecidos. A trajetória dos dois, porém, ganha novos contornos com o anúncio de um dilúvio e a iminente separação: já que a arca que salvará os animais recebe apenas um macho e uma fêmea de cada espécie.
E embora tenha sido lançada neste ano, no último dia 7 de novembro, a empreitada é um projeto antigo, que teve início quando o filho do diretor ainda era uma criança. “Foi um processo longuíssimo. Para se ter uma ideia, eu escrevi o roteiro contando para o meu filho, que na época tinha sete anos, e hoje ele é um programador e designer de games, está na faculdade. Já se passaram mais de 15 anos”, contou Machado antes de apresentar 'A Arca de Noé' ao público.
Recebida por aplausos de uma plateia animada em Salvador, a animação ainda deve ganhar uma continuação. Pelo menos é essa a expectativa do diretor. “Estamos com a ideia de fazer ‘A Arca 2’. A gente já começou a encaminhar isso, vamos ver se sai”.
*A jornalista viajou para Salvador à convite da produção do Animaí - Festival Baiano de Animação e Games