Mulheres desmaiavam na sua frente e eram amparadas por policiais. Até hoje, Márcio Greyck não compreende o frisson que despertava no público feminino quando, nas décadas de 1960 e 1970, chegou ao topo das paradas de sucesso com canções românticas como “Impossível Acreditar Que Perdi Você”, “Vivendo por Viver” (parcerias com o irmão Cobel), “O Mais Importante É O Verdadeiro Amor”, “Aparências”, dentre outras.

“Eu não acreditava no que estava acontecendo e ainda não entendo esse frenesi que causava”, declarou Greyck em entrevista ao programa “Direto da Redação”, comandado por Laudívio Carvalho na FM O TEMPO. Neste sábado (7), o músico lança o livro autobiográfico “O Menino Que Eu Fui”, acompanhado de um show que promete reunir todos os clássicos de uma carreira iniciada em 1967, com o compacto “Minha Menina”, versão para “Eleanor Rigby”, dos Beatles.

As páginas da publicação, no entanto, abordam, justamente, o período anterior ao estrelato. “Tivemos que retirar mais de 40 páginas, porque tinha história demais. Mas, resumidamente, estão todas aqui, desde que nasci até os 18 anos, quando me transformei no Márcio Greyck”, declarou o cantor, que adotou o nome artístico inspirado nos ancestrais da família materna. Na carteira de identidade, ele atende por Márcio Pereira Leite. 

“Não sou vaidoso, mas tenho muito orgulho das coisas que andei fazendo depois que deixei de ser menino”, resumiu Greyck, numa referência ao título de seu livro. Ele ainda avaliou o atual momento da indústria fonográfica. “O mundo é outro, o paradigma mudou totalmente, vivemos uma época totalmente oposta ao que vivi como artista. Foi mudando o conceito do comportamento artístico. Eu colocava o disco debaixo do braço, saía 6 horas da manhã de casa e só voltava à noite, porque ia em todas as emissoras, era uma outra perspectiva de trabalho”, recordou o mineiro de Belo Horizonte. 

Greyck fez um contraponto com a época em que gozou do sucesso. “Tinha uma certa crítica também, porque se lançava de tudo. Naquele tempo existia o rádio AM e o FM, e o AM abraçava qualquer coisa. O público naturalmente selecionava, havia cartas, telefonemas. Hoje, a rádio impõe o que quer ao ouvinte”, finalizou. 

Serviço

O quê. Márcio Greyck lança o livro “O Menino Que Eu Fui” e canta sucessos

Quando. Neste sábado (7), às 21h 

Onde. Restaurante Maria das Tranças (rua Estoril, 938, São Francisco)