BATE-PAPO SOBRE ARTE

Universo de criação do artista Jorge dos Anjos é tema do 'Diálogos MAP', evento gratuito, em BH

A prática de ateliê e a experimentação de materiais serão assuntos abordados no dia 28 de maio, às 19h, na Escola Guignard

Por FM O Tempo
Publicado em 24 de maio de 2024 | 19:11
 
 
 

O artista plástico ouropretano Jorge dos Anjos é o convidado da próxima edição do "Diálogos MAP”. A proposta é que tanto os bolsistas residentes, quanto o público interessado acessem o processo de criação do artista que envolve pesquisa em vários materiais, em especial, o ferro, como também compreender seu diálogo com códigos e vocabulários da cultura afro-brasileira.

Jorge dos Anjos irá apresentar sua trajetória construída ao longo dos quase 40 anos como artista e, além disso, estimular que as pessoas presentes participem através de perguntas. A atividade, que acontece no dia 28 de maio, às 19h, na Escola Guignard, é o segundo encontro aberto ao público da 9ª edição do Bolsa Pampulha - não há necessidade de inscrições (sujeito à lotação). Para mais informações site pbh.gov.br/bolsapampulha.

Jorge conta que para o “Diálogos MAP” irá apresentar dois vídeos curtos de 1989 para que o público interessado consiga visualizar através das imagens como foi a construção de sua carreira como artista independente. “Eu quero conversar sobre processos de trabalho, campo de referência. Para falar da minha trajetória, eu gostaria de retomar o fim dos anos 80 e início dos anos 90, época em que  eu estava indo para uma direção, rumo a uma experimentação. Eu realizei muita coisa, fui consolidando o trabalho de escultura. Então, o que muita gente procura hoje, eu buscava há 40 anos atrás”, explica. 

Arte para todos

Com iniciativa do Museu de Arte da Pampulha (MAP), o “Diálogos MAP” faz parte da programação de atividades presenciais e abertas ao público do Bolsa Pampulha. Neste encontro, será possível entender mais dos processos que levaram à consistência da carreira do artista.

Ele irá falar sobre o aprofundamento e ampliação de suas pesquisas sobre linguagem, material e processos. Jorge dos Anjos esculpiu várias obras, a maioria delas com expressões e manifestações culturais afro-brasileiras, e, que estão instaladas em Belo Horizonte, como o Portal da Memória, monumento feito em homenagem às matrizes culturais africanas na Lagoa da Pampulha.

A obra completa a configuração atual da Praça de Iemanjá, importante ponto turístico, de celebração e referência simbólica e afetiva para os candomblecistas, que recebe, desde 1953, a Festa de Iemanjá, considerada patrimônio cultural municipal. Jorge tornou-se ao longo da carreira um dos nomes mais expressivos da arte mineira contemporânea da colaboração em festivais de arte negra.

Para Pollyana Quintella, uma das curadoras da 9ª edição do Bolsa Pampulha, espera-se o diálogo entre “o processo de criação do artista, que muitas vezes não aparece quando se vai numa exposição ou quando você está olhando uma obra, mas que está na fala e no compartilhamento de certos detalhes de bastidores”.

Pollyana reforça que “Jorge é um nome de referência, fundamental para a cena artística mineira. Ele é responsável por aliar as tradições escultóricas modernas ao repertório afro diaspórico, o que faz de sua obra um lugar de negociação entre diferentes esferas sócio-culturais".  

Sobre o Bolsa Pampulha

O Bolsa Pampulha é um programa consolidado de arte contemporânea e se apresenta como uma das primeiras residências artísticas do Brasil.

Sua origem remonta ao Salão Nacional de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte, realizado desde 1937. A partir de 2003, passa por uma reformulação e ganha o formato atual, de forma a evidenciar e dialogar com as oportunidades da arte e da cultura contemporâneas.

Uma das principais iniciativas do MAP, instituição vinculada à Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, o Bolsa Pampulha reforça o museu como espaço de formação, pesquisa e experimentação junto à comunidade artística local e nacional, algo testemunhado ao longo de suas edições anteriores. Enquanto política pública de cultura, o Bolsa Pampulha confere visibilidade à trajetória de relevantes nomes das artes visuais brasileiras que passaram pelas residências do programa, como Cinthia Marcelle, Paulo Nazareth, Marilá Dardot, Desali, Janaína Wagner, Rafael RG, Marcellvs L, Luana Vitra, Froiid, entre outros.

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