No mês do Orgulho, celebrado em junho no Brasil, a TV Globo em Minas apresenta um programa especial sobre a memória LGBTQIA+ de Belo Horizonte. O documentário Cidade das Maravilhas é apresentado pelo repórter Carlos Eduardo Alvim, e conta histórias a partir da perspectiva de pessoas que vivenciaram a diversidade na capital mineira, desde a década de 1940 até os dias atuais.

O nome do programa faz referência ao "recanto das maravilhas", antigo apelido do Parque Municipal, local de sociabilização entre homossexuais na época em que a polícia de costumes ditava as regras na cidade. "É um programa sobre respeito, sobre diversidade, de histórias; e principalmente, é um programa sobre humanidade", destaca o jornalista Carlos Eduardo.

Memória

Um dos principais desafios da produção foi dar corpo a uma história invisibilizada, com precariedade de registros audiovisuais. O programa recorreu a reconstituições a partir de notícias de jornal e relatos dos próprios entrevistados.

A equipe de arte da TV Globo materializou essas memórias em ilustrações com o auxílio de inteligência artificial. Como muitos dos espaços retratados não existem mais, o programa reconstitui uma "cidade imaginária". "Essas limitações se transformaram em inspiração para criar uma narrativa que honrasse o legado de personagens tão importantes, cujas histórias são desconhecidas do grande público. Provocar essa discussão na TV aberta é um grande feito do projeto", diz o chefe do núcleo de projetos especiais da Globo em BH, Fred Bottrel.

Convidados

A Cidade das Maravilhas destaca personagens como Nero, que "incendiou" BH já nos anos 1960; Kayete, atriz, humorista e radialista; Walkiria La Roche, atriz e drag queen, Mariinha, criadora da conhecida Rua da Lama e Soraya Menezes, pioneira da parada do orgulho.

A multiartista Kayete Fernandes

Cadu ouviu relatos de pessoas que marcaram época, iluminaram as noites, os palcos e lutaram contra o preconceito. Na Cidade das Maravilhas, as boates se tornaram o lar e refúgio de uma população perseguida e resistente, que transformou a dor em força e arte.

O programa vai ao ar no sábado, dia 22 de junho, depois do Altas Horas.