“Intervenções de Minas para Minas.” É assim que Rodrigo Hernandes, o SANTO, define o seu trabalho, que tem realizado em Belo Horizonte desde a quinta-feira (20). O artista plástico paulista apresenta, na capital, “Verve”, projeto feito em parceria com a arquiteta Nara Freire. “Acho que, quando falamos aquilo que acreditamos, corremos um sério risco de encontrar outros tantos malucos que acreditam na mesma coisa. E aí dá bom, porque as coisas se expressam a partir dessa construção desses encontros”, fala o artista, comemorando a parceria.
Na quinta-feira, SANTO fez uma performance no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, chamada Concerto do Silêncio, em que fez uma pintura sem dizer nenhuma palavra. “Há tanta informação, há tanto para falar nesse momento, na primeira ativação da Verve – daí é que nasceu a performance. Nós fizemos um ato, um gesto, um manifesto, uma ativação que deixava o coração das pessoas daquela casa pulsar e registrar em silêncio o que a arte faz. Estou bastante emocionado.
Nesta-sexta (21), SANTO estará em frente ao Palácio da Liberdade, a partir das 14h. “O processo é aberto, porque eu acredito na ativação a partir da observação do que está acontecendo enquanto está acontecendo. Gerar relação com intimidade nos fomenta para tecer crítica e a tese, para observar a beleza, a leveza, a harmonia e a força. Nosso processo é exatamente este: conseguir conversar com a cidade sobre a cidade, junto da cidade. A gente honra de forma sacra e dá reverência à história”, reflete o artista.
“No terceiro ato, vamos ter um encontro em uma roda de conversa, para que seja então emitida uma carta de intenção corroborada, construída e pensada, com artistas, líderes sociais, ativistas de pensamento aqui em BH, na Grande Minas, vai ser um privilégio viver esse dia”, pontua SANTO.
SANTO conta que não veio “da escola clássica da arte”, mas que isso o provoca “a abraçar também essa santa ignorância e ter a liberdade de autorar o pensamento” e, dessa forma, pode falar do que sente. “As inspirações são as somas dos traços da vida prática, cotidiana, da quebrada de onde vim, eu nasci no cortiço. Eu acho que tudo é arte, assim como nada pode ser. É só a gente observar a vida, não vai faltar referência e inspiração”, elabora.
"Além de arquiteta, professora universitária, valorizo a cultura, arte, história, identidade, a relação da arquitetura com a sociedade e com a cidade. A VERVE foi só o começo, a união de mentes criativas e brilhantes que me faz ter mais certeza de que o futuro é coletivo. Obrigada queridos Fabrício Venâcio, Rodrigo Câmara, Yes nós temos Café, Galeria Hogar", afirma Nara Freire.