“O público mais caloroso do Brasil”. É assim que o cantor e compositor Rubel fala de Belo Horizonte e, também, dos mineiros. “As pessoas em Minas são muito abertas, elas cantam muito, elas gritam, elas não tem medo de demonstrar. É um público quente. Acho que o mineiro tem essa coisa mais receptiva mesmo”, completa o artista, que nesta sexta-feira (5) se reencontra com Minas Gerais no espetáculo que apresenta ao lado da Orquestra Opus. O palco é o mesmo em que ele fez sua estreia por aqui: o Grande Theatro Unimed-BH, no centro.

No repertório o artista revisita toda a sua trajetória, trazendo canções de seus três álbuns - “Pearl”, “Casas” e “As Palavras Vol. 1&2”. “Estamos juntando um pouquinho de todos os discos e pautando a escolha pelas músicas que fariam mais sentido com a Orquestra, aquelas que a gente imaginou que seriam mais bonitas nesse formato e que já tem essa coisa grandiosa na harmonia e na melodia”, conta Rubel, que adianta que entre as escolhidas estão “O Velho e O Mar” - a primeira que ele recebeu na versão orquestral - e “Medo Bobo” - um pedido do maestro Leonardo Cunha, regente da Opus. “Foi curioso, porque essa é uma canção que eu canto, mas que não é minha e que à princípio eu não faria, mas que o maestro insistiu para que a gente fizesse. E ele fez um arranjo muito lindo, que me surpreendeu. Então acho que ela vai ser um grande destaque também”, diz. 

Mas outras canções também devem se destacar. Tanto que Rubel, que sempre sonhou em se apresentar ao lado de uma orquestra, torce para que a empreitada se transforme em uma pequena turnê. “Os arranjos estão lindos e eu quero poder fazer esse show de novo, porque tenho certeza que vai dar certo”, projeta. 

Mas enquanto a turnê não acontece, Rubel já tem os planos de 2024 traçados. Ele finaliza a turnê de “As Palavras”, que precisou interromper no ano passado por conta de uma cirurgia no coração, e grava as canções que produziu logo após o procedimento - que ele conta, não só o salvou, como também mudou sua relação com a própria existência. “Fiquei mais apaixonado pela vida de uma forma geral. Pode parecer piegas, mas não é. Acho que depois que você passa por uma experiência tão forte, enfrentando a morte mesmo, a possibilidade de não estar mais vivo, faz com que você tenha um reencantamento por tudo, pelos amigos, pela família, pela namorada, pelos livros”, afirma.

A relação com a música também foi transformada após a situação, tanto é que aquilo que já era uma paixão, ganhou ainda mais intensidade e força após a situação enfrentada. “O último ano foi muito intenso para mim por causa disso, porque eu pensei muito sobre como seria não estar mais vivo. Então isso acabou me dando muita vontade de viver. E, sem dúvida, isso refletiu muito na minha relação com a música, porque eu compus muito no ano passado. Logo depois que eu fiz a cirurgia, nos meses seguintes, eu compus como nunca antes na minha vida”, confessa ele, que adianta que o próximo trabalho deve sair em 2025 e colocar em cena as “canções do coração”. 

Serviço:
O quê: Rubel e Orquestra Opus
Quando: sexta-feira (5), às 21h
Onde: Grande Theatro Unimed-BH (av. Amazonas, 315, centro)
Quanto: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
Ingressos na bilheteria e pela Eventim