Primeira assistente de palco da Xuxa a ganhar o apelido de Pituxa, Luise Wischermann abriu seu baú de recordações e falou sobre como se tornou Paquita, a relação com Marlene Mattos e o diagnóstico de esclerose múltipla.
Luise contou a situação inusitada que a levou a ser convidada para se tornar assistente de palco de Xuxa:
"Eu não fiz teste. A Xuxa morava no meu prédio, na cobertura. Um dia, o papagaio dela voou e caiu na minha cozinha, no primeiro andar. Ela deixou um recado no prédio dizendo que ele tinha fugido, e, quando eu cheguei do colégio, fui avisar onde ele estava, mas a Xuxa não estava em casa. De noite, eu já estava deitada para dormir, quando a minha mãe bateu na porta do meu quarto e falou: "O Pelé está na minha sala". Eu perguntei o que houve, e ela explicou: "O Pelé está na minha sala e a moça está deitada lá na cozinha brincando com o papagaio". Foi assim que conheci a Xuxa. Uma semana depois, em 1986, eu estava toda suja pintando a rua para a Copa do Mundo e vi o carro da Xuxa entrando na garagem. Encontrei ela e a Marlene no elevador. Foi quando a Marlene me convidou para ser Paquita. Comecei a rir e perguntei "O que é Paquita?" Ela me explicou que a Xuxa estava saindo da TV Manchete e indo para a Globo, e que as Paquitas seriam as ajudantes dela. Fui e fiquei três anos e meio lá", relatou Luise ao O Globo.
Luise deu detalhes de como era a relação com Xuxa e Marlene Mattos durante o tempo em que foi Paquita no "Xou da Xuxa":
"A Xuxa sempre foi de boa, ela é irmandade. A Marlene sempre foi um general. Uma vez, ela me chamou para conversar porque uma mãe tinha reclamado que uma Paquita tinha empurrado a filha dela. A Paquita tinha a roupa vermelha. A Marlene me deu uma bronca na frente de todo mundo, me xingou. Eu falei: "Parei por aqui". Tirei a roupa de Paquita, joguei em cima da mesa e fui embora. Eu saí por duas semanas. Depois a Xuxa foi na minha casa com a Marlene pedir para eu voltar", contou ela.
Sobre o episódio, Luise afirma que nunca recebeu um pedido de desculpas de Marlene: "Claro que não. Ela não conhece essa palavra".
Outro momento que foi um divisor de águas na vida de Luise Wischermann aconteceu em 2005, quando foi diagnosticada com esclerose múltipla. A ex-Paquita conta o que mudou e como lida com a doença:
"Primeiro foi um choque, porque eu não sabia o que era. Eu achava que ia ficar esquecida de tudo, com Alzheimer. Mas você vai aprendendo, vai fazendo as coisas. A doença muda um pouco o estilo de vida, muda a dieta, mas hoje em dia eu vivo muito bem com isso. Apenas em dias mais intensos, quando estou muito cansada, eu uso a minha bengala, que eu chamo de colega, para me dar um apoio maior", explicou.