“É um festival feito de gente para gente”. É assim que Bell Magalhães, produtora e diretora executiva do Sarará, define o festival, que neste ano completa 10 anos. A celebração será neste sábado (14), onde tudo começou: o Parque das Mangabeiras. Ao todo, serão 12 horas de música e 15 atrações, do cenário musical nacional e também local.
Idealizado por Bell e por Carol de Amar – diretora artística do Sarará –, o evento, neste ano, é apresentado como “Festival de Sentir”. “Temos uma mandala que nos norteia e que tem cinco verbos: despertar, aceitar, conviver evoluir e sentir”, explica Bell, que diz que desde 2016 essa mandala serve como um direcionamento para a produção do festival. “Em 2022, no cenário pós-pandemia, falamos sobre o ‘conviver’; em 2023, o verbo foi ‘evoluir’”, completa. “Neste ano, o ‘sentir’ é que vai direcionar essa edição”, conta.
A ideia inicial era que a edição 2024 se tornasse um circuito cultural, com cinema, dança e outras expressões artísticas. A programação começaria na quinta-feira, dia 12, e terminaria hoje, com os shows no Parque das Mangabeiras. Mas segundo os organizadores, devido a problemas envolvendo prazos da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, a ideia foi adiada para o ano que vem e somente os shows foram mantidos.
“A música segue sendo o fio condutor”, garante Bell, que diz o line-up foi pensado para o público sentir o pulsante cenário musical do Brasil. “O festival tem como DNA, como propósito, a diversidade e também enaltecer a música brasileira de todas as pontas do país, com muita representatividade”, pontua a diretora.
Neste ano, o Sarará mescla o pop paraense de Jaloo; o soul music d’Os Garotin; o manguebeat do Nação Zumbi; a cirandeira Lia de Itamaracá; o trap de MC Luanna e Ajuliacosta. Entre os representantes de BH estão a cantora Paige (que transita entre o R&B, o pop e o hip-hop), o DJ WS da Igrejinha (nome influente do funk em Minas) e a banda Chama o Síndico.
Tempero baiano
O Sarará também terá o rap do soteropolitano Baco Exu do Blues e o pop dançante da baiana Rachel Reis. A cantora de 27 anos, que participou da edição 2022 do festival como convidada dos Gilsons, no palco da Esplanada do Mineirão, retorna agora como um dos destaques do line-up e convida o grupo Afrocidade – eles vão cantar juntos pela primeira vez.
“A expectativa está lá em cima”, afirma a baiana, que foi indicada ao Grammy Latino pelo seu álbum de estreia, “Meu Esquema”. “Eu amo BH, sempre que vou a cidade me recebe muito bem. E o show vai ter a participação de uma banda muito querida, que é o Afrocidade. Estou muito animada para abrir essa fase”, diz.
A fase que Rachel se refere está relacionada ao seu novo projeto profissional. Recentemente, ela lançou o single “Ensolarada”, que fará parte do seu segundo disco, com previsão para chegar em março de 2025. “Esse próximo álbum fala mais de mim”, adiantou.
Em Belo Horizonte, será a primeira vez que Rachel vai fazer uma performance da nova música ao vivo, acompanhada da banda, além de mostrar as canções do disco “Meu Esquema”.
Jaloo traz a cultura do Pará à capital mineira
Cantora e compositora paraense, Jaloo afirma estar ansiosa para reencontrar o público mineiro. “Voltar a Minas Gerais comemorando os 10 anos do Sarará, que é um dos principais festivais do nosso país, torna o show ainda mais especial”, diz ela, que também celebra uma década de carreira.
No palco montado no Parque das Mangabeiras, Jaloo apresenta o show de seu mais recente álbum, “MAU”, um trabalho 100% autoral. “É um disco muito íntimo. Tudo foi feito por mim, no computador e gravado no meu quarto. São músicas feitas com esmero, que retratam o meu momento artístico e pessoal. Um eletrônico intenso, brasileiro e urgente!”, define ela, que faz questão de ressaltar as origens e a influência do Pará em seu trabalho.
“Apesar de já morar em São Paulo há algum tempo, com certeza carrego essas influências no meu trabalho, a cultura paraense tem um papel fundamental na minha carreira. Em cada palco que subo, levo um pouco do meu Pará. É algo orgânico”, avalia.
Ao falar sobre os 10 anos de carreira, a artista diz: “Vejo que a Jaloo de hoje tem muito mais conhecimento e mais preparo para enfrentar os desafios. Esses são apenas os primeiros dez anos, tem muita coisa que ainda quero realizar”.
Serviço
O quê. Festival Sarará
Quando. Neste sábado (14), a partir das 12h
Onde. Parque das Mangabeiras (avenida José do Patrocínio Pontes, 580, Mangabeiras)
Quanto. R$ 300 (inteira); R$ 150 (meia entrada); ingressos à venda na plataforma Sympla
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