Para celebrar seus oito anos de estrada, a companhia de artes TeAto do Amanhã, sediada em Belo Horizonte, lança a segunda edição do programa de residências “Terra, Moradia, Arte”, apresentada como uma plataforma de criação e reflexão coletivas por meio de atividades que congregam artistas e a moradores da comunidade Izidora, formada pelas ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória.
A programação, realizada em fevereiro e concentrada no Centro Cultural Zilah Spósito, inclui caminhadas pelo território – incluindo hortas e outros espaços comunitários – abertas ao público, em expedições que exploram temas essenciais como cultivo da terra, direito à moradia e acesso à arte.
“Terra, Moradia, Arte” é divida em três eixos:
- “A terra e suas dramaturgias”, em que os participantes fazem caminhadas exploratórias pelo território, culminando na criação de uma dramaturgia coletiva;
- “Ativando imagens”, que recorre a meios como pintura, fotografia e vídeo para explorar paisagens e histórias;
- e “Performatividades e Encenações”, que propõe a combinação de artes performáticas e técnicas teatrais para criação de uma ação coletiva apresentada no final da residência.
Os encontros abertos ao público serão divulgados pela companhia em seu perfil no Instagram, @teatodoamanha.
Trajetória
Fundada em 2017 e dedicada a explorar as artes do corpo e a história coletiva de Minas Gerais, a companhia TeAto do Amanhã transcende os limites convencionais da expressão teatral, abraçando uma abordagem multifacetada que incorpora o teatro, a performance, a artes visuais, a literatura e o audiovisual.
Fazem parte do coletivo os artistas Anna Miranda, Gabriel Mendes, Hyu Oliveira, Joviane Àiyé, Jonata Vieira, Lorrayne Antonielle, Nayara Leite, Ndpcon e Sol Markes, além de toda uma rede de colaboradores de diversas áreas artísticas – “ligados na vida, na presença, no ato radical da criação e no pensamento sobre o território”.
Na sua trajetória, a TeAto do Amanhã criou projetos como peças de teatro, residências, performances, cenas curtas, obras de arte visuais, filmes e séries, incluindo as peças “Banheirão” (2018-2019), “Sex Tape” (2021), “Entre Parentes” (2022) e “Da Terra A Terra” (2023).
A ação mais recente da companhia, “Terreiros da Diáspora”, investigou as relações afrodiaspóricas contemporâneas contadas por meio de narrativas orais. “O projeto destacou a rica herança da cultura e das tradições afro-brasileiras, registrando tecnologias ancestrais de quatro relevantes e diferentes terreiros de religiões de matriz africana em Contagem, enfatizando a importância de preservar esses legados”, descreve a companhia.