A atriz Fernanda Machado usou as redes sociais para revelar ter sido diagnosticada com uma condição rara: transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), considerada uma forma mais severa da síndrome pré-menstrual – que popularmente era conhecida como tensão pré-menstrual ou TPM.
“Já faz tempo que estou querendo falar sobre TDPM por aqui. TDPM é coisa séria! Desde que descobri que eu sofro desse transtorno, resolvi estudar a fundo e trazer luz e atenção para esse distúrbio tão complexo e devastador”, escreveu a artista na legenda de um vídeo compartilhado em seu perfil no Instagram.
No conteúdo, Fernanda fala sobre o TDPM e o fato de ter que lidar com os sintomas típicos dos ciclos menstruais e da endometriose, mesmo não tendo mais útero. Temas que ela aborda em seu livro chamado "Tudo o que não me contaram sobre a maternidade".
O que é TDPM?
O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) é uma forma mais intensa e debilitante da Síndrome Pré-Menstrual (SPM). Ele se manifesta durante a fase luteal do ciclo menstrual — ou seja, após a ovulação e antes da menstruação — com sintomas emocionais, comportamentais e físicos acentuados, como alteração nos hábitos de sono e alimentares, ansiedade, problemas de concentração, inchaço, mudanças de humor, entre outros.
"A relação entre TDPM e a TPM é que o transtorno disfórico é caracterizado como um diagnóstico psiquiátrico, uma doença que consta inclusive no DSM-5, que é a última classificação do manual de transtornos mentais, que classifica todas as doenças psiquiátricas. Ela consta lá no capítulo dos transtornos depressivos'', explicou o ginecologista Dr. Igor Padovesi em entrevista à Caras Brasil.
O médico explicou o que diferencia o TDPM da TPM: "A principal coisa é a característica cíclica desses sintomas, aparecendo tipicamente na segunda fase do ciclo menstrual e desaparecendo depois da menstruação. Por isso, é preciso um acompanhamento de no mínimo três meses com a repetição desses sintomas para que possa ser firmado o diagnóstico".
O que causa o TDPM?
Fernanda Machado explicou que, no Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, o cérebro da mulher se torna extremamente sensível às variações hormonais do ciclo menstrual, o que leva a desequilíbrios em neurotransmissores fundamentais.
A queda nos níveis de estrogênio provoca uma redução significativa de serotonina e dopamina, substâncias essenciais para o bem-estar e o equilíbrio emocional. Além disso, a baixa de progesterona interfere na ação do neurotransmissor responsável pela sensação de relaxamento.
"Tudo isso gera insônia, ansiedade, depressão, pensamentos suicidas e outros sintomas debilitantes", relatou a atriz, que segue estudando sobre o assunto para abordá-lo em suas redes sociais, a fim de trazer luz a um transtorno tão sério, mas pouco conhecido.