Numa data significativa para o povo brasileiro como o 13 de maio, quando movimentos negros e muitos cidadãos refletem sobre os 137 anos da Abolição da  Escravatura, a Cia Baobá Minas, dirigida pela coreógrafa, arte-educadora, antropóloga e jornalista Júnia Bertolino, juntamente com a Mazza Edições, reúne mestres, artistas e  grupos  culturais, sobretudo a comunidade de Belo Horizonte, para lançamento do livro “Herdeiros de Zumbi – Mestres, Grupos Culturais e Artistas homenageados pelo Prêmio Zumbi de Cultura da Cia Baobá Minas”.

A programação gratuita, que inclui roda de conversa, exibição de vídeo e apresentação cultural da Cia Baobá Minas, acontecerá nesta terça-feira, 13 de maio, às 19 horas, no Teatro Francisco Nunes, em Belo Horizonte. Os ingressos podem ser retirados pelo Sympla ou na portaria do teatro.

Organizada por Júnia Bertolino, a publicação descreve a trajetória do “Prêmio Zumbi de Cultura” e das mais de 120 personalidades reconhecidas em nove edições realizadas, entre 2015 e 2023. “O livro registra a história da maior premiação negra do estado de Minas Gerais que reconhece quem contribui para a preservação da cultura de matriz africana, ao mesmo tempo em que abre espaço para apresentações de arte, exibição de vídeo dessa trajetória, manifestações culturais e debates de interesse da população afrodescendente em Belo Horizonte”, pontua Júnia Bertolino. 

Registro da história

Ela explica que o Prêmio Zumbi de Cultura é realizado desde 2009, sempre em novembro de cada ano, e marca as comemorações do Dia da Consciência Negra. Destinado a homenagear os protagonistas que trabalham com temáticas negras na cidade, considerados Herdeiros de Zumbi”, o prêmio é dividido nas categorias dança, teatro, música, destaque mulher negra, religiosidade, literatura, educação, manifestação cultural, personalidade negra, menção honrosa, destaque homem negro, protagonismo juvenil, artes visuais, resistência LGBTQIA+, representatividade mirim, atuação política, empreendedorismo negro, mestre de cultura popular e comunicadores negros (as), gastronomia e audiovisual.

“As indicações para concorrer ao prêmio são feitas por entidades ligadas ao movimento de arte e resistência negra em Belo Horizonte, a convite da Cia Baobá Minas. E a comissão curadora é composta por mim e representantes da área cultural com vasta experiência no campo das artes, cultura e história afro-brasileira”, esclarece Júnia Bertolino. 

Além de trazer uma mini biografia de vários homenageados na trajetória dos 15 anos do Prêmio Zumbi de Cultura, a publicação prefaciada por Ricardo de Moura, da Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente, apresenta também pequenos textos de convidados e parceiros do projeto, como do artista plástico, Jorge dos Anjos, autor da estatueta da premiação e de Maria Mazza Mazarello, da Mazza Edições, editora responsável pelo livro.

“A proposta de publicar em um livro as histórias de vida e ações que têm somado na luta pelo reconhecimento da identidade e dos direitos do povo negro é reconhecer e compartilhá-las, para que possam servir de inspiração e de fomento para outras iniciativas. Como extensão do Prêmio Zumbi de Cultura, o livro traz à tona a resistência do povo negro na contemporaneidade. Focaliza pessoas que se orgulham de suas raízes afro-brasileiras e se empenham no dia a dia para vencer desafios impostos por preconceitos raciais, seja através da arte, da religião, da articulação política ou social”, explica a idealizadora da premiação. 

Lançamento do livro “Herdeiros de Zumbi – Mestres, Grupos Culturais e Artistas homenageados pelo Prêmio Zumbi de Cultura da Cia Baobá Minas” 
Programação: Roda de conversa, exibição de vídeo e apresentação cultural da Cia Baobá Minas “Saudação à Ancestralidade” com Cia Baobá Minas
Data: Dia 13 de maio, terça-feira, às 19 horas
Entrada Gratuita: retirada de ingressos na plataforma Sympla ou na bilheteria do teatro   
Local: Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, 1321 – Centro, Belo Horizonte/MG)