A novela Roque Santeiro está completando 40 anos e segue sendo um sucesso de pública e crítica. Disponível no catálogo do Globoplay, a trama de Dias Gomes e Aguinaldo Silva se passa na fictícia cidade de Asa Branca. Dezessete anos antes, o coroinha Luís Roque Duarte (José Wilker), conhecido como "Roque Santeiro", por esculpir imagens sacras, teria morrido ao defender a população dos capangas do perigoso Navalhada (Oswaldo Loureiro), que havia invadido a localidade.

Santificado pelo povo local, que atribui milagres à sua imagem, e outras pessoas que buscavam até mesmo a sua canonização, Roque Santeiro tornou-se uma lenda e fez Asa Branca prosperar com sua história de heroísmo. Mas também despertou o interesse de muitos que se aproveitaram da lenda para lucrar. Mas, para desespero dos poderosos, Roque Santeiro não morreu, volta para a cidade e ameaça pôr fim ao mito.

Confira 5 curiosidades sobre Roque Santeiro:


1 - Alguns atores escalados para a primeira versão de “Roque Santeiro”, em 1975, atuaram na novela de 1985: Lima Duarte (Sinhozinho Malta), João Carlos Barroso (Jiló), Luiz Armando Queiroz (Tito) e Ilva Niño (Mina). Milton Gonçalves, que interpretava o padre Hipólito na versão censurada, ganhou o papel do promotor público na trama de dez anos depois. Elizangela estava escalada na versão censurada, em 1975, para interpretar Tânia, filha de Sinhozinho, vivida por Lídia Brondi na trama de 1985. Em depoimento ao site Memória Globo, a atriz revelou que, quando soube que “Roque Santeiro” finalmente seria levada ao ar, foi pessoalmente conversar com o diretor-geral Paulo Ubiratan para pedir um papel na novela. Ela acabou fazendo Marilda, a mulher de Roberto Mathias (Fábio Jr.).


2 - Os Estúdios Globo - o antigo Projac - ainda não existiam quando a novela foi produzida em 1985. A cidade cenográfica da fictícia Asa Branca de “Roque Santeiro” foi construída em Guaratiba, na zona oeste do Rio, aproveitando a vegetação local. O cenógrafo Mário Monteiro criou uma cidadezinha inspirada em lugares como Juazeiro do Norte (Ceará) e Aparecida (São Paulo) – cidades que vivem em função da religiosidade popular. Em apenas 20 dias, um tempo recorde, 180 homens construíram 26 prédios de madeira tratada, para obter maior durabilidade. Na celebração dos 60 anos da Globo, uma parte de Asa Branca foi reconstruída. Na ocasião, a banda Roupa Nova tocou na praça da cidade e interpretou um dos hits da novela, ‘Dona’, tema de Porcina (Regina Duarte) no especial que foi ao ar no dia 28 de abril deste ano.


3 - “Roque Santeiro” marcou a estreia de alguns artistas. Foi a primeira novela na Globo dos atores Maurício Mattar (João Ligeiro), Claudia Raia (Ninon) e Patricia Pillar (Linda Bastos).


4 -  O ator e diretor Marcos Paulo estava escalado para interpretar o personagem Gerson, o diretor de cinema, na primeira versão da novela, que foi censurada. Dez anos depois - o papel ficou a cargo de Ewerton de Castro -  além de fazer uma participação especial na segunda versão como um motorista que recepcionava Porcina (Regina Duarte) em Dallas (EUA), Marcos Paulo ainda foi um dos diretores da produção.


5 - Três desfechos distintos foram gravados para o final de Porcina (Regina Duarte). Em um deles, ela se despedia de Sinhozinho Malta (Lima Duarte) para deixar Asa Branca nos braços de Roque (José Wilker). Em outra, abria mão do personagem-título e ficava na cidade junto de Malta. Uma terceira versão mostrava a “viúva” virando as costas para ambos os protagonistas e escolhendo pertencer a Rodésio (Tony Tornado), capataz que sempre a amara em segredo e era seu fiel escudeiro. No fim das contas, a versão em que Porcina e Sinhozinho ficam juntos foi a escolhida pelo autor Dias Gomes.