“Êta Mundo Melhor!”, que estreia hoje na Globo, mantém cerca de 70% do elenco de “Êta Mundo Bom!”. Candinho, vivido por Sergio Guizé, segue como protagonista e, na nova novela, ganha outro par romântico, Dita, personagem que Jeniffer Nascimento volta a interpretar após quase dez anos e que também assume o protagonismo na trama. Agora, ela deixa o sítio Dom Pedro II e se muda para São Paulo, onde vê a possibilidade de realizar um sonho: ser uma cantora.

“É a primeira vez que eu revisito uma personagem tanto tempo depois. Acho que nunca passou pela minha cabeça reviver a Dita”, comentou Jeniffer. “Ela me fez viver muitas sensações pela primeira vez: com a Dita eu me casei pela primeira vez, eu fiz o meu primeiro parto. É uma personagem que eu tenho muito apreço”, explicou. 

Em “Êta Muito Bom!”, Dita trabalha como serviçal da família de Cunegundes (Elizabeth Savalla) e se apaixona pelo filho da patroa, Quincas (Miguel Rômulo). Após muito lutar, os dois se casam e têm um filho. Agora, na continuação, a jovem se cansa da falta de iniciativa e das safadezas do marido e decide ir embora, rumo a São Paulo, com o filho e com a tia Manoela (Duh Moraes), onde reencontra Candinho – algo que mexe com os dois. Com seu talento para cantar, Dita acaba vencendo um concurso de calouros que a introduz no mundo da rádio, mas vai precisar lutar para provar diariamente o seu talento.

Empoderamento

Segundo os autores Walcyr Carrasco e Mauro Wilson, Dita é uma das personagens que mais crescem entre uma novela e outra, e sua trajetória vai carregar uma mensagem potente de empoderamento feminino. “A personagem é uma homenagem às cantoras que foram rainhas do rádio”, afirmou Carrasco. “Pensei nessa trajetória para a Dita quando vi o enorme talento da Jeniffer para cantar, a voz linda que ela tem”, completou. 

“A novela, apesar de ser de época, aborda de forma contemporânea algumas temáticas. A jornada da Dita, por exemplo, mostra os desafios de ser uma mulher desquitada em uma sociedade marcada pelo machismo”, comentou Wilson.

Para Jeniffer, “Êta Mundo Melhor!” é a “reparação histórica da Dita”. “E acho que não só dela, mas da Manuela também. A força dessa sobrinha de se movimentar, de ir atrás de seus sonhos, de seguir o que ela acredita independentemente do que a sociedade pensa e de como vão olhar pra ela faz com que essa tia também se motive a olhar para outros lugares e querer novas realidades e, finalmente, ter a coragem de sair ali do sítio em busca de novas oportunidades”, pontuou a atriz. 

“Quando fiz a Dita em ‘Êta Mundo Bom!’, eu tinha acabado de fazer ‘Malhação’, e muita gente me criticou: ‘Jeniffer, você como mulher preta vai aceitar fazer papel de serviçal na TV?’. Primeiro, é a minha segunda novela, eu preciso trabalhar, a carreira precisa acontecer; segundo, é um passado que existiu, essas histórias também precisam ser contadas”, detalhou Jeniffer, que celebra a nova fase de Dita.

“Estou extremamente feliz de, com essa mesma personagem, estar podendo recriar um novo imaginário para essas gerações que estão vindo, para essas novas meninas que vão assistir. E saber que não é porque a Dita começou como uma serviçal que ali é o lugar dela; ela pode ser o que ela quiser: pode, sim, ser uma cantora da rádio, pode alçar os voos que ela almejar”, afirmou a atriz. “Nunca é tarde para a gente mudar, nunca é tarde para a gente ir atrás do nosso sonho”, finalizou a artista.