O rapper mineiro Renegado lança amanhã o álbum "Margem Now", um trabalho que, em suas próprias palavras, marca uma nova era de sua carreira. Perto de completar 18 anos de estrada, ele comemora a chegada da "maioridade" com um mergulho em sua própria essência. "Tudo foi válido, tudo foi lindo, mas agora estou num momento mais maduro para olhar para tudo e falar de uma forma menos lírica e mais direta, sendo provocador onde deve ser, mais amoroso onde deve ser. O tempo de estrada e as horas de voo fazem você ser mais assertivo", assinala.

Ele explica que não se trata de ser assertivo com o mercado, "mas com você mesmo, com as coisas que fazem sentido para você, como vida, como arte, como projeto criativo mesmo". Depois de 17 anos de adolescência musical, Renegado entende que hora de se "aprofundar no Renegado mais um pouco, tirando as camadas e ver o que há lá no fundo, no âmago; tirando as cascas que a vida vai colocando na gente". Desta forma, "Margem Now" é celebrado como "o disco que veio para fazer a reconexão comigo, com a cidade e com as pessoas que gosto".

O material novo poderá ser conferido nas plataformas digitais a partir de amanhã, mesmo dia em que participará da "Expo Favela Minas Gerais", no Sebrae Minas, a partir das 15h30. "Será como um podcast ao vivo, se podemos falar assim. Será um bate-papo muito aberto e leve, sobre a carreira e o processo criativo do disco, com um breve 'faixa a faixa', mostrando o conteúdo que já estará nas plataformas digitais. E tocaremos de quatro a seis músicas para a galera entender um pouco o que é o disco, além de algumas coisas antigas para quem é fã de longa data", adianta.

Uma das novidades de "Margem Now" é a homenagem ao Clube da Esquina, a partir de um sample de "Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor", composta pelos irmãos Márcio e Lô Borges. "Na hora que ficou pronta e mandei para eles, me ligaram emocionadíssimos. É impossível fazer arte em Minas e não ser tocado por essa aura do Clube da Esquina. É a oportunidade também de subverter o que é ser um humano nessa esquina. É muito maluco se você for parar para pensar como uma esquina tem muitos significados", registra Renegado.

"Para  uma pessoa classe média que mora no Santa Tereza. (a esquina) tem um significado. Para um cara preto do Alto Vera Cruz, tem outro. Essas esquinas acabam sendo pontos de encontro, entendendo como elas vão nos modificando. Poder trazer essas referências humanas e musicais do Clube da Esquina é uma honra. Serve para mostrar que (o movimento) não é estático e continua evoluindo. Ele me toca, me transforma e eu devolvo isso de outras formas também", analisa Renegado, que também bebe de outras fontes clássicas, como a bossa nova.

"É um disco que transita por essa nova música brasileira. É um disco carregado de afrobeat, ao mesmo tempo em que pego o candomblé e levo para dentro do trap, transitando por tudo isso de uma forma muito à vontade, que é fruto dessa maturidade, em que não estou preocupado se as pessoas vão ou não gostar. Espero que gostem, lógico. Não estou dizendo que não preciso do público. Pelo contrário, pois quero estar mais conectado com eles, mas a partir da minha verdade, sem querer fazer caber numa caixa.  Quero libertar essa verdade das caixas", afirma.


SERVIÇO

O quê. "Renegado: À Queima-roupa"
Quando. Amanhã, de 15h30 às 17h
Onde. Sebrae Minas (avenida Barão Homem de Melo, 329, no Nova Granada)
Quanto. Ingressos a partir de R$ 7,50 na plataforma de Sympla