O filme Lisbela e o Prisioneiro (2003), dirigido por Guel Arraes, volta ao centro das atenções com sua chegada ao catálogo da Netflix. Baseado na peça homônima de Osman Lins, o longa narra o encontro entre Leléu, um malandro encantador interpretado por Selton Mello, e Lisbela, a jovem sonhadora vivida por Débora Falabella. Ambientado no interior de Pernambuco, o romance entre os dois é atravessado por obstáculos familiares, sociais e a perseguição de um matador implacável.
Filmado em Recife, o longa apresenta um Nordeste colorido, moderno e urbano, diferente do estereótipo do sertão árido. A estética “pop nordestina” é reforçada por cenários como parques de diversão, botecos e camelôs, criando uma identidade visual vibrante. A produção apostou ainda em uma prática rara no Brasil: a realização de testes de audiência antes do lançamento. Cerca de 80% do público aprovou a versão final antes mesmo da estreia oficial nos cinemas.
Um dos grandes destaques do filme é sua trilha sonora, que mistura forró, rock e MPB. Com músicas de artistas como Caetano Veloso, Zé Ramalho e Elza Soares, a trilha se tornou a mais vendida da história do cinema nacional até 2021. Essa combinação musical contribui para o clima leve e bem-humorado da trama. Com a estreia na Netflix, o filme conquista um novo público e reforça sua relevância no cenário do entretenimento nacional.
Com mais de 3 milhões de espectadores nos cinemas e diversos prêmios, incluindo Melhor Ator para Selton Mello, Lisbela e o Prisioneiro permanece como um dos marcos do cinema brasileiro. Em 2024, foi anunciada uma continuação prevista para 2025. No entanto, Selton Mello e Débora Falabella afirmaram não ter sido procurados para o projeto, gerando incerteza entre os fãs. A presença do clássico na Netflix reacende a nostalgia e aumenta a expectativa pelo que está por vir.
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