A Netflix vem ampliando seu catálogo de produções originais com títulos que exploram os limites da mente humana, e O Bom Garoto surge como mais uma obra que mistura drama e suspense psicológico. O filme coloca em evidência a tênue linha entre o certo e o errado, convidando o público a refletir sobre até onde alguém é capaz de ir para proteger aqueles que ama ou para se manter fiel a seus próprios valores.

A trama acompanha a vida de um jovem aparentemente exemplar, admirado pela comunidade e considerado um modelo de comportamento. Contudo, por trás da imagem perfeita, surgem segredos que revelam um lado obscuro de sua personalidade. O roteiro constrói um jogo narrativo em que o espectador é levado a questionar constantemente se as atitudes do protagonista são justificáveis ou se revelam apenas a face de alguém que nunca foi tão “bom” quanto parecia.

Com uma estética sombria e atuações intensas, o filme trabalha com a tensão psicológica como principal ferramenta. Cada reviravolta acrescenta uma nova camada à história, reforçando o dilema central: o que define, de fato, a bondade em um indivíduo? A direção aposta em silêncios incômodos, closes expressivos e um ritmo cadenciado para criar um ambiente de inquietação permanente.

O Bom Garoto não se limita a entregar um suspense tradicional, mas busca provocar o público. Mais do que revelar um culpado ou resolver um mistério, o longa levanta questões éticas universais e expõe a fragilidade das aparências sociais. Ao fim, o espectador é convidado a refletir sobre a complexidade da natureza humana, onde virtude e falha convivem lado a lado, tornando impossível definir alguém apenas como “bom” ou “mau”.

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