A partir deste sábado (6/9), a livraria Aluá, com foco na infância e na literatura ilustrada, abre as portas no bairro Santa Tereza, na região Leste da capital. Na programação da abertura, marcada para começar às 10h, haverá lançamento do livro "A Pequena Rainha", de Bruna Lubambo, publicado pela Companhia das Letrinhas, além de contação de histórias e exposição de dobraduras originais usadas na construção do livro.

A livraria funcionará de quarta a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 14h, com possibilidade de abrir também em alguns domingos pela manhã para eventos especiais. A Aluá está localizada na rua Mármore, 654, loja 6, Santa Tereza. 

A proposta é reunir livros que encantam leitores de todas as idades, com uma curadoria que valoriza autores belo-horizontinos. O espaço, que também oferecerá um bom café com bolo, ainda receberá encontros culturais, como lançamento de livros e oficinas para crianças.

História da livraria

A Aluá nasceu do encontro de três trajetórias que se completam. A ilustradora e escritora Bruna Lubambo, premiada nacionalmente por seus livros infantis, soma-se ao músico e escritor Zé Soares, figura da cena cultural de Belo Horizonte, e à fonoaudióloga Aline Lucena, especialista em desenvolvimento infantil.

Juntos, eles transformaram em realidade o desejo comum de criar um espaço onde a infância, a oralidade e os livros pudessem se encontrar de maneira viva e acolhedora. 

“Abrir uma livraria é um sonho antigo. Quase não ia a livrarias quando criança, mas lembro até hoje de uma visita mágica que fiz a uma livraria infantil: foi algo que me marcou muito. De lá pra cá fiz muitas coisas, virei autora de livros, trabalhei com muitas editoras e em parcerias com muitos outras autores. Mas o trabalho de escrever e ilustrar é, por vezes, solitário. Foi buscando algo mais coletivo, como uma extensão do meu trabalho, que juntei com os amigos Zé Soares e Aline Lucena para colocar a Livraria Aluá de pé”, conta Bruna Lubambo.

Ela explica que o nome Aluá carrega camadas de significado: lembra lua, luar, uma bebida brasileira presente em festas e que é símbolo de celebração, e remete ao ato de iluminar, como a própria ilustração. Mas para Bruna Lubambo, também é uma lembrança afetiva dos Almanaques do Aluá de sua tia-avó Aída Bezerra e que a fizeram se apaixonar por livros.

“Esses almanaques foram os primeiros que li. Me diverti, aprendi e tomei gosto. Convivi pouco com minha tia, mas lembro dela dançando frevo com minha vó e da admiração que minha mãe tinha por ela e que eu herdei. Por isso o nome Aluá", destaca. Mais que uma livraria. Mais do que vender livros, a Aluá nasce como um espaço de encontros.

O projeto arquitetônico, assinado pelo estúdio Portacopos, foi pensado para oferecer versatilidade: o mobiliário modular, que parece um tetris, se transforma em mesas, cadeiras, arquibancada ou vitrine, permitindo que o espaço seja reorganizado para oficinas, rodas de leitura, contações de histórias e ateliês abertos. 

“Para mim, a Aluá é um lugar onde a criança se sente respeitada como leitora e pode se encantar com a palavra falada e com o livro impresso. Queremos criar memórias afetivas que fiquem para sempre”, afirma Aline Lucena. O ambiente também traz um mural assinado por Bruna Lubambo, um charmoso globo de luz como iluminação central, uma área externa com rede e um café aconchegante, com bolo do dia e café fresco. “O mais importante é que a livraria fique viva na lembrança das crianças como um lugar gostoso de estar, de ouvir histórias e de construir o gosto pela leitura”, afirma Zé Soares.