Belo Vale, na região Central de Minas, recebe projeto de Educação Patrimonial

A cidade de Belo Vale, região Central de Minas Gerais, é a primeira de sete cidades a acolher o “Programa Educativo Iphan + 80”, criado visando à promoção, valorização e preservação do patrimônio cultural local. O projeto pretende causar impacto positivo e duradouro nas comunidades participantes por meio de intervenções artísticas participativas, como a pintura de murais inspirados na cultura local, e as formações de educadores e agentes culturais multiplicadores, envolvendo ativamente os moradores no processo de reconhecimento  do patrimônio local.

O projeto começou a circular no início de abril, com a realização da primeira fase com as intervenções artísticas de Anna Göbel, artista plástica reconhecida no Brasil e no exterior por seu trabalho, e Chico Simões, do Mamulengo Presepada.

"Todo mundo pode participar! E não é grafite, a Anna não usa spray. É um trabalho de pintura, com pincéis, rolinhos, tintas", disse Andréia De Bernardi, presidente da Akala, organização proponente do projeto. A abordagem de Educação Patrimonial abraçada pela Akala  estimula um olhar afetivo para as 'coisas da terra', valorizando os laços de afeto com os bens culturais materiais e imateriais, não necessariamente tendo como referência apenas o que já foi tombado ou registrado pelos órgãos de proteção.

Na segunda etapa do projeto serão realizadas as oficinas de formação de professores multiplicadores. Em Belo Vale, isso vai  ocorrer nos dias 7 e 8  de maio. Essa etapa visa formar multiplicadores para desdobrar a iniciativa nas escolas e centros culturais. Outro produto cultural  do projeto é o material didático-pedagógico para professores. Contendo conceitos básicos e propostas de atividades baseadas nos bens culturais de cada cidade beneficiária, esse material será entregue aos professores no período da formação, em maio e junho. Ele terá, inclusive, uma versão em Braille para atender ao público cego. O formato será o de livro literário ilustrado; tudo feito à mão pela artista plástica Anna Göbel. Contemplando aspectos do patrimônio local, contendo textos que levem estudantes e a comunidade em geral a olhar para as cidades de maneira mais afetiva e curiosa, o material será impresso e a versão digital será disponibilizada no site do projeto a partir de julho.

Outras cidades

O cronograma de intervenções artísticas previstas no "Programa Educativo Iphan + 80" já está definido. Em abril, as pinturas nos muros com a artista Anna Göbel ocorrerão também em Congonhas: 4 e 5 de abril; Ouro Branco: 11 e 12 de abril; Mariana: 15 e  16 de abril; Juiz de Fora: 25 e 26 de abril e Cataguases: 28 e 29 de abril. Em maio, será a vez de Miguel Burnier (município de Ouro Preto): 2 e 3 de maio.

Parceiros do projeto

A construção do projeto prevê que cada cidade se torne parceira do projeto, acolhendo, apoiando, operacionalizando e se envolvendo na divulgação. As prefeituras por meio das estruturas municipais de Educação, Cultura, Turismo e Meio Ambiente são fundamentais para a pesquisa, a construção de todo o material didático e também nas ações formativas. O projeto não seria realizado sem o Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A superintendência regional em Minas Gerais é grande parceira, somando esforços no sentido de realizar ações de Educação Patrimonial que sejam de fato significativas para as comunidades. 

E, é importante falar sobre os incentivadores do projeto,  MRS, Gerdau e Bauminas, que demonstram seu compromisso com a cultura, considerando que o consumo cultural depende de uma educação artística e cultural de qualidade. Este projeto é realizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura.